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Para alunos, conteúdo do Enem foi previsível

Isso mesmo para prova de exatas, geralmente complexa, mas que cobrou cálculos mais simples

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
11/11/2019 | 07:29
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André Henriques/DGABC


O segundo dia de aplicação da prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), ontem, trouxe aos participantes 90 questões – metade sobre ciências da natureza e, as outras 45, sobre matemática. Os alunos consideraram a prova mais fácil do que o esperado.

Diferentemente do primeiro dia de prova, feito no último domingo, dia 3, ontem não houve aplicação de redação. Mesmo com mais facilidade em ciências humanas, a estudante do Ensino Médio Fernanda Macedo, 17 anos, achou o conteúdo de ontem mais simples.

“Eu tenho dificuldades com números, mas caiu o que eu esperava e estávamos revisando na escola (ela estuda no colégio Castro Alves, em São Paulo). Em matemática caíram questões de probabilidade. Já biologia teve genética. E também perguntas de química orgânica”, afirmou ela, que fez a prova na EE Américo Brasiliense, em Santo André.

“Eu esperava que estivesse mais difícil, mas mesmo com mais dificuldades nessa (de ontem) do que na de humanas, achei que caiu o que era esperado”, opinou o estudante do Colégio Singular, de Santo André, Guilherme Siqueira, 17.

Na prova de matemática, uma questão perguntava sobre a probabilidade de match com o aplicativo de comportamento Tinder, de acordo com a área em que o usuário está. “Achei a abordagem dessa questão muito interessante e atual”, comentou a professora do cursinho Descomplica, Luanna Ramos.

Na avaliação da especialista, a maioria das questões exigiu cálculos simples e a interpretação do enunciado não era complexa e, endossando a opinião dos alunos, não houve surpresas em relação aos assuntos abordados. Muitos exercícios puderam ser resolvidos por meio da regra de três.

Em biologia, caíram questões sobre ecologia, doenças e genética. Uma delas pedia indicação de controle biológico para pragas na agricultura em alternativa aos agrotóxicos. Em física, a prova trouxe decomposição de forças e fluxos de calor. As perguntas de química mantiveram o padrão dos últimos anos, com pilhas, reações químicas e química ambiental.

SEM ATRASO

Na unidade da Anhanguera no Rudge Ramos, em São Bernardo, os portões foram fechados oficialmente às 13h03. Não houve atrasados que ficaram para fora. Porém, um candidato que preferiu não falar com o Diário estava com a xerox do documento sem autenticação e, por isso, não conseguiu fazer a prova.

O estudante do colégio Termomecânica, em São Bernardo, Engler Reis Aquino dos Santos, 16 anos, estava tranquilo para o exame. “Eu estudei bastante neste ano”, disse.

O jovem, que mira o vestibular da Fuvest, prova para ingressar na Universidade de São Paulo, estava mais calmo com a presença da mãe, a dona de casa Eva Conceição Leite dos Reis, 52, e a irmã Ingrid Reis Aquino dos Santos, 24 que também fizeram o Enem. “Faz muito tempo que eu parei de estudar, mas para incentivar e apoiar os dois também me inscrevi. Tenho vontade de fazer pedagogia e voltar a atuar na área da educação, porque já fui inspetora de alunos.”

No total, 60.733 moradores da região se inscreveram no exame. O gabarito será publicado no dia 13 e os resultados individuais serão divulgados em janeiro. (com Estadão Conteúdo)

Venda de canetas traz lucro na porta do local de prova

Mesmo sem atrasos, muitos candidatos acabaram se esquecendo de item indispensável para fazer a prova: a caneta esferográfica preta. O vendedor ambulante Ricardo Carrati, 41 anos, foi o salvador dos alunos da universidade Anhanguera de São Bernardo e ainda aumentou em 30% seu faturamento.

Para garantir um lugar na entrada, ele chegou às 5h30 – os portões fechavam às 13h. Ele também vendia barras de cereal, chocolates, café e água. 

“Hoje (ontem) vendi 30% a mais do que no domingo passado, porque só tinha eu vendendo caneta”, disse Carrati, que comercializou 41 esferográficas e 84 garrafas d’água a R$ 3 cada uma. 




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