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Cardeal americano acusado de acobertar pedofilia é alvo de protestos
Da AFP
11/04/2005 | 16:41
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Duas representantes das vítimas de abusos sexuais por parte de sacerdotes americanos chegaram nesta segunda-feira a Roma para protestar contra um cardeal dos Estados Unidos acusado de ter tentado acobertar o escândalo. Esse cardeal oficiará uma das missas da novena em memória do papa João Paulo II.

"O cardeal Bernard Law é o maior cúmplice na transferência de sacerdotes culpados de abusos sexuais", declarou Barbara Blaine, diretora do grupo Survivors Network of the Abused by Priests (SNAP, Rede de Sobreviventes dos Abusados pelos Padres).

Law é acusado de ter tentado ocultar o escândalo dos padres pedófilos nos Estados Unidos, transferindo-os de paróquia. Depois do caso, se viu obrigado a abandonar a direção do arcebispado de Boston.

"Provavelmente, mais de mil crianças foram vítimas de abusos por causa das transferências destes padres", acrescentou Barbara, que viajou à capital italiana para protestar com outra militante de seu grupo. As duas distribuirão panfletos do lado de fora da basílica duas horas antes do início da missa.

"A decisão de dar a Law a honra de celebrar uma cerimônia equivale a jogar sal nas feridas abertas das vítimas", declarou. "Penso que foi um erro selecioná-lo, foi um erro que ele não o rejeitasse e foi um erro que os bispos americanos não tenham feito nado", acrescentou.

João Paulo II nomeou Law há um ano arcebispo da basílica de Santa Maria Maggiore, um título que lhe deu direito à nacionalidade do Vaticano e de participar do conclave para eleger o novo papa.

O protesto, que foi realizado duas horas antes de o cardeal Bernard Law, 73 anos, celebrar missa pela alma de João Paulo II na basílica, às 12h00 de Brasília, levou as duas mulheres da SNAP a tentaram, em vão, distribuir panfletos na praça São Pedro, tendo sido afastadas imediatamente pela segurança do Vaticano.

Mais de mil acusações de abuso sexual foram apresentadas em 2004 contra mais de 750 padres católicos, indicou um relatório da USCCB (Conferência dos Bispos Católicos Americanos) divulgado em fevereiro.




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