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Teles seguem buscando crédito, apesar de crise
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18/09/2008 | 07:07
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A crise instalada nos mercados financeiros mundiais dificultou a busca de crédito no Exterior, mas nem por isso as operadoras de telefonia móvel suspenderam os planos de se financiar com recursos de terceiros, ao menos por enquanto. Embora estejam mais abertas à possibilidade de utilizar os recursos do caixa, as teles seguem estudando as linhas de crédito disponíveis dentro e fora do Brasil.

A necessidade de financiamento em 2008 é grande. Além das outorgas para os serviços móveis de terceira geração (3G), adquiridas por R$ 5,3 bilhões no final de 2007,as teles estão investindo na expansão de suas áreas de cobertura e na oferta convergente de serviços.

Aquisições também têm recebido o incentivo de recursos de terceiros. Parte da compra da Telemig pela Vivo se deu com a emissão de notas promissórias. Para adquirir a BrT (Brasil Telecom), a Oi conseguiu empréstimo de R$ 4,3 bilhões com o BB (Banco do Brasil) e outros R$ 3,6 bilhões em notas.

Dos cerca de R$ 13 bilhões que a Oi deverá desembolsar pela BrT, valor que inclui a aquisição do controle da companhia e as ofertas, voluntária e obrigatória, para compra de ações dos minoritários, R$ 11 bilhões seriam levantados no mercado. Mas a crise financeira levou a Oi a cancelar, na semana passada, uma emissão de US$ 1,5 bilhão em eurobônus, segundo fontes ouvidas pela agência Dow Jones.

O diretor de finanças e relações com investidores da Oi, José Luís Salazar, disse que continua atento às condições de mercado para a contratação de crédito. "Ainda não sabemos se vamos levantar recursos no Brasil ou no Exterior, porque os dois mercados estão com difícil visibilidade", ressalva. "Mas nesse novo contexto, vamos analisar todas as alternativas, sempre com intuito de reforçar o caixa." Se o mercado financeiro continuar "fechado" e com alternativas de crédito restritas, a Oi vai usar seu caixa de cerca de R$ 11 bilhões.

A forma de pagamento das licenças 3G, que deverá ser comunicada em dezembro à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), é a grande incógnita no mercado. A única certeza é que, mesmo diante de condições de mercado adversas, as teles descartam parcelar as outorgas no órgão regulador, onde teriam até oito anos para quitar o débito ao custo de IST (Índice dos Serviços de Telecomunicações), mais juros simples de 1% ao mês. "A Oi vai utilizar o próprio caixa para quitar as licenças 3G. Mesmo com a crise lá fora, esse juro não é atrativo", opina Salazar.

A Claro diz ter pago à vista o R$ 1,426 bilhão que investiu nas licenças 3G. A TIM não deve optar pelo parcelamento, por considerar pouco competitivo ante as condições de mercado. Segundo fontes de mercado, a TIM está conversando com várias instituições financeiras para avaliar as opções de financiamento.

Em junho, esta empresa fechou com o BEI (Banco Europeu de Investimento) crédito no valor de 200 milhões de euros. Já a Vivo trabalha para complementar com novas linhas os recursos que hoje tem disponíveis.




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