Dentro de um mês, os 60 ônibus da ETCD (Empresa de Transporte Coletivo de Diadema) estarão rodando com um aparelho que retém até 72% de poluentes liberados no ar. Essa é a expectativa da Prefeitura após a conclusão de um teste realizado por um período de 40 dias pela empresa JSVS - Indústria e Comércio de Peças Automotivas. Neste período, 15 ônibus da frota municipal circularam com um aparelho retentor de material particulado.

A composição do filtro do equipamento, instalado no escapamento dos ônibus, retém gases como o monóxido de carbono e hidrocarbonetos. Poluição que engorda as estatísticas de incidência de câncer pulmonar, asma e bronquite.

"Os primeiros resultados foram muito satisfatórios. O aparelho conseguiu reter mais de 70% da poluição provocada pelos veículos", explicou o secretário de Meio Ambiente de Diadema, Marco Antônio Mroz.

Por enquanto, a Prefeitura não teve qualquer ônus com o projeto, inteiramente financiado pela empresa JSVS. A empresa cogita a hipótese de financiar o restante dos aparelhos. Como a JSVS ainda não comercializa o equipamento, espera que a experiência em Diadema sirva de vitrine para todo o país.

A partir da próxima semana, técnicos do Laboratório de Poluição da USP (Universidade de São Paulo) vão medir a capacidade do aparelho para reter o PM-10 (material particulado), poluente que, ao ser inalado, aumenta a probabilidade em o organismo desenvolver câncer no pulmão. "Sabemos que nosso aparelho também pode reter o PM-10, mas não sabemos a capacidade e quantidade exata. O estudo da USP irá mostrar isso para a gente", explicou o físico da JSVS, Paulo Roberto da Conceição.

Os novos testes serão realizados nas próximos semanas. Além dos 60 ônibus da ETCD que circulam por Diadema, outros 120 da Viação Imigrantes também são responsáveis pelo transporte coletivo da cidade.

Embora Diadema concentre uma frota de 81 mil veículos e um pólo de indústrias químicas e produtos cosméticos, a qualidade do ar na cidade não é considerada preocupante, segundo a Cetesb (Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental, de São Paulo). Segundo a companhia, no Grande ABC, Diadema fica de São Caetano e Santo André, em concentração de monóxido e carbono.