Dados do IBGE mostram que queda chegou a 6.718 unidades no período de quatro anos
Em 2017, o Grande ABC perdeu 460 empresas na comparação com 2016, registrando o total de 83.456 ante 83.916. Nos últimos quatro anos, o número de fechamento de firmas chega a 6.718 unidades, recuo de 7,46% no período – eram 89.684 fábricas. Os números são do Cempre (Cadastro Central de Empresas), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em contrapartida, o número de pessoas assalariadas nas sete cidades se manteve praticamente estável, com aumento de 0,38% em relação a 2016, somando 729,5 mil trabalhadores(veja mais na arte acima).
De acordo com a técnica do IBGE Denise Guichard, apesar da redução da quantidade de empresas, as grandes demissões tinham parado de acontecer. “A crise acontece menos e a situação parou de piorar, o que mostra isso é que o número de pessoas assalariadas parou de cair”, afirmou.
“Nós chegamos ao fundo do poço em 2016 e em 2017 estabilizamos. Há relativo consenso de que foi um ano de estancamento da crise. Até mesmo pela troca de governo, houve um conjunto de agendas econômicas mais favoráveis, o que, de alguma maneira, colaborou para estancamento na redução. Isso não necessariamente significa que a situação é melhor”, endossou o professor da escola de negócios da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Volney Gouveia.
Para Denise, a queda de empresas no Grande ABC foi reflexo do impacto no setor industrial. “Houve redução na participação da indústria no PIB (Produto Interno Bruto) no País nos últimos anos, o que acaba impactando mais nestes municípios. Na região, até mesmo o setor de comércio foi impactado pelo problema da indústria, porque a demissão no setor vem sendo significativa. Se a população não tem emprego e renda, ela não consome, então o comércio também acaba fechando as portas. Fechar as indústrias é mais difícil porque o custo é maior do que o fechamento de uma loja, por exemplo”, disse.
Para Gouveia, a retomada da economia para os próximos anos depende de ações efetivas do governo federal, que vão além da aprovação de reformas. “Não é só isso que retomaria a confiança do empresário e, por consequência, os investimentos. O segmento de crédito no Brasil está estrangulado. Redução da taxa de juros também ajudaria.”
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