A Seleção Brasileira Sub-23 não se intimidou com a violência e venceu o Paraguai por 3 a 0, na madrugada deste sábado, em Concepción (Chile), pela segunda rodada do Torneio Pré-Olímpico de futebol. O resultado recolocou o Brasil na liderança do Grupo A, com 6 pontos e saldo de sete gols – os donos da casa têm 6 tentos e seis gols. Paraguai, Uruguai (com uma derrota cada) e Venezuela (com duas) completam a chave. No domingo, às 17h, os jovens craques comandados pelo técnico Ricardo Gomes enfrentam o Uruguai.

Assim como na goleada da estréia (4 x 0 Venezuela), os santistas Diego e Robinho brilharam e balançaram a rede – cada um converteu o pênalti que sofreu. Mas o volante Fábio Rochemback e o lateral Maicon, autor do mais belo gol da noite, também tiveram atuações de gala. A dupla de zaga, Edu Dracena e Alex, melhorou e mostrou menos deficiências. Reflexo direto da entrada de um volante efetivo (Rochemback) para proteger o meio-campo.

A violência dos paraguaios desfez rapidamente o 'meio-campo ideal' montado por Ricardo Gomes – com os santistas Paulo Almeida, Elano e Diego reforçados por Fábio Rochemback (Sporting). Logo após os 30 minutos do 1º tempo, Elano dividiu uma bola com a zaga adversária e sofreu uma forte torção no tornozelo. Carregado para os vestiários, o camisa 7 da Seleção teve de ser substituído por Wendell. Pouco depois, Diego sofreu um violento carrinho por trás e quase teve destino semelhante. E o árbitro peruano Gilberto Hidalgo se limitou a distribuir cartões amarelos.

A mudança do 4-3-3 (com Daniel Carvalho no ataque) para o 4-4-2 (com Rochemback no meio-campo) não demorou para dar resultados. O Brasil partiu cheio de fôlego para cima do Paraguai e já começou impondo sufoco. Logo aos 2, Elano cruzou pela direita e achou Diego, que chutou forte e exigiu grande defesa do goleiro Barreto. Sete minutos mais tarde, Diego invadiu a área pela direita e foi derrubado por Devaca. O camisa 10 bateu o pênalti com perfeição e fez 1 a 0.

O Paraguai só foi assustar a Seleção aos 14, num chute forte de Torres que o goleiro Gomes espalmou para escanteio. Mas a rede quase balançou no outro lado do campo, em outra bela exibição da habilidade dos jogadores brasileiros. Aos 19, Alex aproveitou novo cruzamento de Elano na área e ajeitou de peito para Dagoberto. Mas o camisa 17 bateu mal e acertou o goleiro paraguaio.

O jogo deu uma esfriada na segunda metade da etapa inicial, à medida em que os paraguaios começaram a se livrar da pressão brasileira – em grande parte graças à violência dos zagueiros e volantes guaranis. O técnico Carlos Jara tentou melhorar a qualidade do Paraguai, trocando o meia Irala pelo atacante González.

O técnico Ricardo Gomes recolocou a Seleção nos eixos durante o intervalo. Pior para o Paraguai, que voltou a ser sufocado e não pôde evitar mais dois reveses. Logo no primeiro minuto, Robinho cruzou rasteiro na área e Dagoberto chegou um pouco atrasado no lance, permitindo a defesa de Barreto. Aos 5, Robinho deu um drible desconcertante em Martínez e foi puxado dentro da área. Ele mesmo cobrou o pênalti e ampliou para 2 a 0.

Mas o melhor ainda estava por vir. Enquanto os paraguaios ainda assimilavam o segundo gol, aos 7 minutos, Maicon dominou a bola na intermediária e desceu fazendo fila na defesa. O lateral-direito só foi parar depois de driblar cinco adversários (incluindo o goleiro Barreto) e tocar a bola para o fundo das redes. Gol que mereceria uma placa no Estádio Municipal de Concepción.

A Seleção seguiu soberana em campo e criou outras duas boas chances para ampliar o placar, com Marcel (substituto de Dagoberto) e Daniel Carvalho (substituto de Robinho). A bola não entrou, mas a segunda vitória brasileira no Pré-Olímpico já estava garantida.