A Delegacia de Homicídios de Diadema já identificou o suspeito de matar com um tiro no peito o auxiliar de limpeza Joseval Souza Matos, 28 anos, na madrugada de segunda-feira, na saída de um bar e videokê na avenida Alda. O nome do suposto atirador, conhecido como Japonês, é mantido sob sigilo pela polícia. A vítima era homossexual e os rapazes que o acompanhavam afirmam que o crime foi motivado por preconceito.

Os amigos de Joseval, Claudinei da Silva, 29 anos, Cristiano Lúcio de Souza, 32, e Ed Carlos Caetano dos Santos, 28 – também homossexuais – presenciaram o crime. Quando o grupo já estava dentro do Pálio de Claudinei, foi surpreendido por Japonês e seus companheiros, que seguiam a pé, e tiveram o carro alvejado. Apenas Joseval foi baleado.

As testemunhas foram ouvidas na noite de segunda-feira pelo delegado Flávio Augusto Rodrigues, que está à frente das investigações. "Os três confirmaram que a hipótese mais provável é a de que Joseval tenha sido morto por ser homossexual. No entanto, só vou saber das verdadeiras razões do assassinato depois que o suspeito for preso", disse. Os amigos de Joseval contaram ao Diário que o outro grupo teria ficado ofendido após Japonês ser aplaudido por todos que estavam no bar. "As meninas gostaram de você", teriam dito os amigos de Japonês.

Familiares – Joseval foi enterrado na tarde de segunda-feira no Cemitério Municipal de Diadema. O operador de torno Diego Dias da Mata, 21 anos, estava muito abalado com a morte do auxiliar de limpeza. "Conhecia o Val (como era chamado pelos amigos) há dois anos. Nos víamos todos os dias no ônibus, quando voltávamos do trabalho. Ele era uma pessoa muito alegre e comunicativa. Não estou acreditando no que aconteceu", disse.

"Ele era meu padrinho de casamento. Adorava as minhas filhas e sempre estava brincando. A família inteira aceitava a opção sexual dele. Estou inconformada", disse Verônica França Matos, cunhada da vítima.