Após sucessivas quedas no faturamento desde o fim do ano passado, as micro e pequenas empresas do Grande ABC venderam, em maio, 9,3% a mais do que no mesmo mês em 2010, diferença de R$ 125,7 milhões. O resultado também superou em 10,1% o obtido em abril, o que significa que as MPEs comercializaram R$ 136,1 milhões a mais. Os dados integram a pesquisa indicadores Sebrae-SP de conjuntura, junto a 2.700 MPEs em todo o Estado de São Paulo, amostra que representa 1,3 milhão de empresas.

O crescimento foi impulsionado pelo bom desempenho da indústria no Estado, que apresentou alta de 3,7% frente a maio do ano passado e incremento de 9,2% na comparação com abril. O levantamento não possui recorte de segmento por região, nem identifica quais subsetores se destacaram, porém, por conta da concentração industrial no Grande ABC é possível detectar a influência exercida.

Outro ponto que contribuiu ao bom resultado das MPEs da região, de acordo com o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano, foi a fraca base de comparação. Devido aos incentivos fiscais concedidos pelo governo até março de 2010, a fim de aquecer a economia, as vendas no mês de maio já estavam mais fracas por conta da antecipação das compras do consumidor, que aproveitou o IPI reduzido. "Além disso, maio teve um dia útil a mais do que no ano passado, o que significa 5% a mais de tempo trabalhado."

Caetano afirma que, mesmo com o atual cenário de inflação, juros altos e contenção do crédito, não foi observada queda no rendimento médio do trabalhador, o que contribuiu ao consumo.

O crescimento nas receitas das micro e pequenas empresas da região superou a média do Estado, que em relação a maio do ano passado cresceu 6,1% e, ante abril, se elevou em 7,7%.

O destaque ficou por conta do comércio, que na comparação de 12 meses cresceu 8,7% e, no mês, 10,7%. Serviços apresentaram alta de 2,9% em 12 meses e 1,3% no mês.

Apesar do otimismo entre as MPEs, Caetano adverte que os empresários não podem descuidar de seus planejamentos. "A luz amarela continua acesa. Os bons resultados obtidos até agora não querem dizer que 2011 não terá sobressaltos. O microempresário tem de permanecer em alerta."