Política Titulo Impasse criado
Em recado, Câmara de Mauá rejeita LDO

Para contestar nomeação de secretário adjunto de Governo, base se une à oposição e derruba projeto

Por Raphael Rocha
Do dgabc.com.br
19/06/2019 | 07:00
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A Câmara de Mauá rejeitou ontem a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) com votos até de vereadores aliados da prefeita Alaíde Damo (MDB). A decisão cria impasse burocrático, uma vez que a LDO é uma prévia do orçamento e também porque os parlamentares só podem entrar em recesso após a votação da peça.

O Diário apurou que a reprovação da LDO foi retaliação ao fato de José Francisco Jacinto, o Icão, ter sido indicado para ser secretário adjunto de Governo, pasta comandada pelo ex-juiz João Veríssimo. Icão foi chefe de gabinete do vereador Chiquinho do Zaíra (Avante) e, na prática, atuava como interlocutor do Executivo na casa.

O estopim para a rejeição aconteceu minutos antes da sessão. Icão teria falado com o presidente do Legislativo, Vanderley Cavalcante da Silva, o Neycar (SD), sobre a necessidade de aprovação de dois projetos de lei de autoria do Paço que haviam sido protocolados na segunda-feira mesmo. Neycar não teria aceitado e convenceu parlamentares a dar o troco na análise da LDO.

Foram 14 votos contra a LDO – sendo que, em primeiro turno, a Câmara havia avalizado o texto. Os contrários ao projeto foram Admir Jacomussi (PRP), Tchacabum (PRP), Bodinho (PRP), Adelto Cachorrão (Avante), Gil Miranda (PRB), Jotão (PSDB), Ivan Stella (Avante), Betinho Dragões (PL), Irmão Ozelito (SD), Professor Betinho (DC), Sinvaldo Carteiro (DC), Severino do MSTU (Pros), Marcelo Oliveira (PT) e Neycar.

Terminada a votação, surpresa tomou conta de vereadores aliados com Alaíde, explicitando que a prefeita está longe de mostrar sintonia com a casa.

Líder do governo na Câmara, Chico do Judô (Patriota) não escondeu descontentamento com os colegas. “Eles não mediram as consequências, porque isso não afeta as pessoas, afeta a cidade. Como vamos fazer o orçamento sem diretriz? Teremos de achar alternativas para corrigir.”

Pela LOM (Lei Orgânica do Município), um projeto rejeitado em plenário só pode ser reapresentado com modificações no texto original.

Na noite, Icão foi exonerado da função. 




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