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O Grande ABC que jogava dominó

Houve uma febre de dominó no Grande ABC...

Por Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
20/12/2012 | 00:00
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Houve uma febre de dominó no Grande ABC entre as décadas de 1960, 1970 e 1980. Campeonatos eram disputados. O maior deles reuniu 30 equipes. Participavam até clubes de São Paulo. Vários sobrevivem, sem que o dominó seja o carro-chefe. O mais típico é o Clube Recreativo e Esportivo Acadêmicos de Dominó. Ele começou na Vila Helena e hoje tem sede na Vila Alzira (Rua Uruguaiana, 626). Foi fundado em 1º de maio de 1968 e apresentado por esta página Memória 30 anos depois, em 1º de maio de 1998.

E por que voltamos ao tema dominó? Por causa da foto de hoje, do Troféu Caranguejo, disputado entre 1970 e 1971 e que homenageava o clube homônimo, que ficava na Avenida Utinga. O clube Caranguejo lançou o prêmio com a ideia de conquistá-lo. Mas quem ganhou foi o Acadêmicos de Dominó, para alegria dos seus jogadores e admiradores.
Por iniciativa do fotógrafo Luiz Maragni, o troféu está hoje no Museu Octaviano Gaiarsa.

"O dominó teve o seu tempo, hoje os jovens tem outros divertimentos e o jogo perdeu espaço", comenta Udovaldo Volpato, um dos fundadores do Acadêmicos de Dominó e que se revezou na presidência do clube com o amigo Antenor Brini.

Mas basta percorrer os bares da região para perceber que o dominó é ainda hoje praticado por pura diversão, sem os campeonatos de outrora. A Prefeitura de Santo André mantém torneios num projeto voltado à Terceira Idade, com disputas no Aramaçan. Tabuleiros e regulamentos são emprestados pelo Acadêmicos de Dominó.

Volpato relaciona alguns clubes que participavam dos campeonatos de dominó: além do Caranguejo e do Acadêmicos, Sajea (Jardim do Estádio), Vila Vivaldi, General Motors, Camilópolis e Pinheirinho (este da Capital, da região do chamado Três Tombos, a poucos minutos da Via Anchieta). O apoio maior vinha de políticos da época: José Amazonas (que cedeu o Troféu Caranguejo) e Newton Brandão (que conseguiu o terreno onde o Acadêmicos construiu a sua sede).

Nossos presépios

Reflexão: padre Afonso Maria Oliveira, da Catedral do Carmo, quando da inauguração do presépio da Acisa, em 8 de dezembro

Num dado momento, alguém teve uma visão admirável de um menino dormindo no presépio, envolvido num raio de luz, e que acordou quando São Francisco se aproximou. Uma história, como diz o italiano - e o Coral Ítalo-Brasileiro está aí para confirmar - "se non è vero, è ben trovato" ("se não é verdade, é bem contado").

A obra de José Gitti
Texto: Maria Aparecida Chitto dos Reis

Este presépio é mecânico, com movimentos em várias direções. Quem o construiu foi José Gitti. Andreense de família italiana antiga, Sr. Gitti faleceu recentemente, em agosto deste ano, muito próximo de completar 84 anos - o que ocorreria em 2 de setembro.  

Aprendeu as primeiras letras onde hoje funciona o Museu de Santo André Dr. Octaviano Armando Gaiarsa, na Rua Senador Flaquer, 470. Se formou no curso técnico aqui na cidade e foi um exímio ‘conserta tudo', tanto nas indústrias onde trabalhou até se aposentar, como entre os parentes, amigos e vizinhos.

Há alguns anos resolveu montar um presépio, no início bem simples, usando algumas peças que havia recebido de sua avó, acredito até que tivessem vindo da Itália, mas não posso confirmar.  

Com o passar do tempo e com o nascimento dos seus três netos - Henrique, Guilherme e Bruno - resolveu aproveitar o tempo livre e se dedicou a aperfeiçoar o presépio. Começou a adicionar movimento àquelas figuras que ficaram tanto tempo estáticas. A cada Natal ele criava um dispositivo novo: pilão, água corrente, sol que acendia e apagava em movimento sincronizado.

Algumas vezes se ouviam palmas no portão. Era uma criança pedindo para ver o presépio. Olhávamos rapidamente para o rosto do vô e percebíamos um sorriso discreto, mas cheio de alegria. Eu fui testemunha de tudo isso.   

DIÁRIO HÁ 30 ANOS
Domingo, 19 de dezembro de 1982 - Nº 5.086
POLÍTICA - Governador eleito de São Paulo, Franco Montoro, promete rejeitar adesismo em seu governo.
SÃO CAETANO - Instituto de Ensino inaugura o Auditório Celso Marchesan, em homenagem a um dos seus fundadores e na festa dos 40 anos da instituição.
GENTE ESPECIAL - Raul Cortez, o palco como razão de viver. Entrevista a Ulysses Cruz, com fotos de Gustavo Lima.
RELIGIOSIDADE - Arte e beleza no santuário de Vila Paulicéia, em São Bernardo.

EM 20 DE DEZEMBRO DE...
1627 - Vicente Rodrigues Palha (frei Vicente do Salvador) conclui o trabalho "História do Brasil".
1947 - Pedro Roque e Lídia Natalina Lazzuri casam-se na Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem, em São Bernardo. A cerimônia foi abrilhantada pela Corporação Musical Carlos Gomes, da qual fazia parte o noivo no baixo-tuba.
1952 - Fundado o Rotary Club de São Bernardo, com a posse da sua primeira diretoria, tendo à frente Edmar Rabello.
1957 - Resoluções números 61 e 63 do GEIA (Grupo Executivo da Indústria Automobilística) aprovam, respectivamente, os modelos Simca-Chambord e Sedan, de duas fábricas estabelecidas em São Bernardo, a Simca e a Volkswagen.

HOJE
Dia Nacional do Mecânico.

SANTOS DO DIA
Domingos de Silos, Íngenes, Liberato, Tolomeu (ou Ptolomeu) e Zeferino.Fonte: Folhinha do Sagrado Coração de Jesus, Vozes, 2012.
ILUSTRAÇÃO - Presépio colombiano. Século 20. Argila ferruginosa cozida. Artista popular procedente da região de Raquira-Boyacá.
Fontes: Museu de Arte Sacra de São Paulo; Andréa Maria Zabrieszach Afonso dos Santos, museóloga; foto: Iran Monteiro. Contatos: 3326-1373; 5393-3336; mas@museuartesacra.sp.gov.br

Coleção Aplauso
Francisco Carlos, "O maior ídolo dos anos dourados". Autor: Jonas Vieira. Imprensa Oficial do Estado.
Informações www.imprensaoficial.com.br .

* Ademir Medici é jornalista e autor de livros sobre a memória do Grande ABC

FALECIMENTOS

SANTO ANDRÉ
Sayoko Shirafuchi Voppei, 82. Natural do Japão. Memorial Jardim Santo André.
Cristobal Gonzalez Gascó, 80. Natural de São Paulo (SP). Dia 18, em São Bernardo. Cemitério da Saudade, Vila Assunção.
Hilda Rosa Tridente, 68. Natural de São Sebastião do Paraíso (MG). Dia 16, em São Bernardo. Memorial Phoenix.
Jorge Affonso, 61. Natural de São Paulo (SP). Dia 11. Cemitério da Quarta Parada, Capital.
Maria Vani Soares, 59. Natural de Adamantina (SP). Dia 15. Cemitério da Saudade, Vila Assunção.
Nelselino Neves de Almeida, 55. Natural de Nova Iguaçu (RJ). Dia 16. Cemitério de Volta Redonda (RJ).

SÃO BERNARDO
Manoel Pinto de Mello, 88. Natural de Itatinga (SP). Dia 18. Jardim da Colina.
Leonildo Decio Sarti, 82. Natural de Urupês (SP). Dia 18. Jardim da Colina.
Valdomiro Cafeu, 78. Natural de Itapuí (SP). Dia 17. Cemitério dos Casa.
Odete Ordonhes Bersani, 77. Natural de São Paulo (SP). Dia 17. Cemitério de Vila Euclides. 
Orlando Rodrigues, 75. Natural de São Carlos (SP). Dia 17. Cemitério dos Casa.
Sidnei Mourão, 69. Natural de São José do Rio Preto (SP). Dia 18. Cemitério da Paulicéia. 
João Carlos Rodrigues de Oliveira, 68. Natural de São Bernardo. Dia 16. Cemitério dos Casa.

Serviços Funerários: Santo André - 4433-3544; São Bernardo - 4330-4527; Diadema - 4056-1045; Mauá - 4514-7399; Ribeirão Pires - 4828-1436; Rio Grande da Serra - 4820-4353.
Para anunciar um falecimento, ligue para 4435-8000. 




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