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Região perde 11 profissionais do Mais Médicos em 3 cidades

Sto.André, S.Bernardo e Mauá têm 17 vagas em aberto na atenção básica; cargos não serão repostos pelo governo federal

Por Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
10/04/2019 | 07:00
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Creative Commons/EBC


 O Grande ABC registrou 11 desistências de profissionais do programa Mais Médicos, que vieram para a região substituir os 77 cubanos que deixaram as cidades em novembro, após a saída da Opas (Organização Panamericana de Saúde) na colaboração com o Ministério da Saúde. Atualmente, 60 vagas foram repostas e 17 ainda estão disponíveis. 

Segundo o governo federal, “as vagas poderão ser ofertadas em novas fases do provimento de profissionais”, que estão em análise pela pasta. No entanto, o Ministério da Saúde já informou que vai manter a renovação dos profissionais no programa apenas em cidades mais vulneráveis, em geral pequenas, além dos distritos sanitários indígenas. Os municípios do Grande ABC não se enquadram nestes critérios.

A professora responsável pela disciplina de saúde coletiva da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), Vânia Barbosa do Nascimento, explicou que isso quer dizer que estas 17 vagas não devem ser repostas. “Esse é um problema que a gente já esperava. Justamente porque o Brasil não tem o número necessário de médicos é que foi realizada a parceria com os cubanos”, pontuou. Sobre a saída dos profissionais, que foram fazer residência, Vânia ponderou que, talvez, possa ter havido erro de avaliação na decisão de aceitar recém-formados no programa.

A docente destacou, ainda, que a troca constante de médicos desestimula os pacientes a prosseguirem com os tratamentos, uma vez que há a quebra do vínculo estabelecido e o novo profissional precisa recomeçar o atendimento. “O resultado pode ser aumento nas complicações de doenças que precisam de acompanhamento mais contínuo, como diabetes e hipertensão”, afirmou. Em todo o País, até o início de abril, 1.052 profissionais saíram do programa.

VAGAS

Três das cinco cidades do Grande ABC que aguardavam a reposição dos médicos cubanos ainda têm 17 vagas em aberto. São Bernardo, que tinha 17 postos, chegou a receber 15 médicos, mas cinco desistiram após serem aprovados em programas de residência. Atualmente, sete postos aguardam profissionais. A administração informou que tem remanejado os médicos da rede para garantir que não haja interrupção dos atendimentos.

Em Mauá, cidade com maior número de vagas abertas com a saída dos cubanos – 33 –, foram repostas 26; sete seguem em aberto. Segundo o Ministério da Saúde, o município teve três desistências. A Prefeitura diz que monitora junto ao governo federal o complemento do quadro funcional, enquanto analisa a necessidade de contratação.

Das 18 vagas de Santo André, 15 foram repostas. A cidade tem três vagas abertas nas unidades de saúde Jardim Sorocaba, Vila Guiomar e Dr. Moysés Fucs, no Jardim Santo Antônio. A administração estuda a possibilidade de contratação ou remanejamento de médicos da rede. 

Ribeirão Pires já repôs as sete vagas abertas com a saída dos cubanos e Diadema, as duas. São Caetano e Rio Grande da Serra não faziam parte do programa à época da saída dos cubanos.




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