A Ford encerrará 2005 com o maior lucro dos últimos dez anos, em razão do resultado recorde das exportações nas suas operações na América do Sul e do crescimento das vendas no mercado brasileiro. A montadora prevê acréscimo de até 24% no envio de veículos para o exterior e de 12% no desempenho dentro do Brasil. A ótima performance já contribuiu para a empresa faturar 87,85% a mais de janeiro a setembro, na comparação com todo o ano passado.

A companhia atingirá o maior patamar de exportações desde a chegada da marca no país, há 84 anos, com o envio de 140 mil carros para outros países até o final do mês, contra os 113 mil no ano passado (aumento de 24%). Em valores, o crescimento atingirá 21%. Subirá para US$ 1,4 bilhão, ante os US$ 1,15 bilhão em 2004, até então o melhor resultado. O volume superou as previsões de movimentar US$ 1,3 bilhão.

No mercado interno, o ano terminará com a venda 211 mil veículos – incremento de 12%. Em 2004 a montadora comercializou 187 mil unidades. Este é o segundo melhor ano da empresa nesse setor – só perde para 1997.

Os números foram apresentados segunda-feira, durante evento em São Paulo. Com o desempenho, a montadora espera fechar o ano, pela segunda vez consecutiva, com lucro. Até setembro, a marca obteve sete trimestres consecutivos de faturamento positivo.

O presidente da montadora na América do Sul, Antonio Maciel Neto, justificou o ótimo resultado como fruto da reestruturação iniciada nesta década. Entre as medidas, destacam-se a implantação do complexo industrial de Camaçari (BA) e o desenvolvimento de novos modelos com a equipe brasileira de engenharia, como o EcoSport e a nova linha Fiesta.

“Antes, a nossa situação era difícil. Mesmo assim, investimos US$ 1 bilhão em Camaçari e convencemos nossos fornecedores a aplicar outros US$ 700 milhões. Hoje, nossos modelos são líderes de venda”, comemorou Maciel.

O presidente da Ford no Brasil, Berry Engle, acrescentou que a bem sucedida reestruturação motivou a conquista de uma fatia maior do mercado interno. “Em agosto de 2001, esse patamar era de 6,6% e no mesmo mês deste ano, havia subido para 13,4%”, emendou. Em novembro, a participação da Ford atingia 12,4%.

Futuro – Para 2006, Maciel reiterou que haverá redução das exportações. No entanto, ele evitou adiantar de quanto será essa diminuição. “Esse corte ocorrerá. O preço (dos carros) fica menos competitivo com a valorização do dólar.”

Para o mercado interno, Engle disse que a Ford espera acompanhar o mesmo crescimento de vendas no mercado interno estimado pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), que é de 7%.