Há um mês e meio a professora Meire Ficher, 42 anos, tenta retirar para o pai dela a medicação Flutamida, de 250 miligramas, na Farmácia de Oncologia no Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André. O remédio é utilizado para tratamento de câncer de próstata e previne a evolução da doença.

O pai de Meire já fez duas cirurgias, tem 80 anos e toma a droga há quatro meses.

A reclamação é a mesma dos pacientes que frequentemente denunciam a falta de remédios na Farmácia de Alto Custo, que também funciona no hospital. Nenhum funcionário sabe dar a informação correta e limitam-se a dizer que é preciso aguardar. Sem saída, a família buscou outras alternativas. "Cogitamos até fazer uma vaquinha. O remédio é muito caro", conta a filha. Sem a medicação, o aposentado João Ficher Filho sente dores e tem dificuldade para urinar.

A Secretaria Estadual da Saúde informou que houve desabastecimento temporário da medicação em razão do excesso de demanda. O prazo para a regularização da entrega é a segunda quinzena de abril. O Estado esclareceu que tentará remanejar o remédio de outra farmácia para suprir a necessidade do paciente.