Ex-prefeito de São Bernardo e candidato do PT ao governo do Estado, Luiz Marinho projetou crescimento do partido na eleição deste ano, dois anos depois de passar por pleito no qual a sigla foi completamente rejeitada no Estado – no Grande ABC, por exemplo, nenhum petista se elegeu prefeito.

Marinho participou de agenda ontem, em Santo André. À noite, esteve em plenária no Sindicato dos Rodoviários do Grande ABC, ao lado do ex-prefeito andreense Carlos Grana e do deputado estadual Luiz Turco.

Marinho admitiu que, em 2016, o partido viveu sua pior fase e que, desde então, a situação da sigla começou a melhorar. “Realmente tomamos uma surra nas eleições de 2016. Muitos até diziam que o partido poderia deixar de existir, pois foi um processo devastador. Mas sinto que a situação será melhor nessas eleições”, disse.

No evento de ontem, Marinho procurou reduzir o volume de menções ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso pela PF (Polícia Federal) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex. Em outras atividades, o candidato do PT utilizou maior parte do tempo para enaltecer o padrinho político. “O ex-presidente Lula já era líder no ano passado e continua líder nas pesquisas deste ano. O povo não esqueceu das coisas que ele fez”, sintetizou.

No discurso, Marinho não poupou o PSDB, partido que ficou à frente do Estado por 24 anos. O petista criticou a gestão dos tucanos nas áreas da Segurança e da Saúde. “É culpa do PSDB a violência ter aumentado no Interior do Estado. Se antes podíamos deixar o carro de portas abertas nas ruas de uma cidade do Interior, hoje já não se pode mais. Isso aconteceu após os tucanos derrubarem o Carandiru (antigo centro de detenção que ficava na Zona Norte da Capital) e levarem os detentos para prisões do Interior”, argumentou. “Eu não pretendo construir um só presídio em minha gestão. Só se ganha da criminalidade quando transformamos cadeias em locais de cultura ou escolas”, disse.

O vereador de Santo André e candidato a deputado federal Eduardo Leite, que também participou da plenária, seguiu a narrativa de que o PT está no “melhor momento” para tentar reverter a situação em que se encontra. “Eles não contavam com a resistência do PT. Eles perseguiram Lula no últimos anos e justiça virá com a eleição do ex-presidente para presidente”, afirmou.

Turco, que buscará a reeleição à Assembleia, declarou que a militância tem que estar ativa para, ao menos, tentar reverter a situação nas pesquisas. Para o parlamentar estadual com base eleitoral em Santo André, esse é o momento no qual o PT pode comandar o governo do Estado pela primeira vez. “Nossa militância tem que ir para as ruas e conseguir votos. Bater de casa em casa. Este é o momento da arrancada.”