O eclipse lunar mais longo do século atraiu 2.450 pessoas para a Sabina Escola Parque do Conhecimento, em Santo André. O fenômeno, que aconteceu na noite de ontem, foi narrado ao vivo por especialistas enquanto as pessoas faziam fila para observar por telescópios a Lua de Sangue, assim como outros planetas que enfeitaram o céu.

A Lua nasceu eclipsada por volta das 17h38 e chegou ao seu ápice alguns minutos depois. Mas, para frustração das milhares de pessoas aglomeradas no espaço de observação ao ar livre da Sabina, uma névoa no horizonte impediu que fosse possível observar essa fase do eclipse.

Com as expectativas altas, os astros que roubaram a cena enquanto a Lua não se mostrava foram Vênus, Júpiter e Marte, que também estavam visíveis na noite de ontem. Marte quase roubava o protagonismo da Lua com seu brilho laranja avermelhado. “Para nós, aqui, parecem estrelas; se tivéssemos ficado em casa nunca ia pensar que eram planetas”, disse a contadora Suelen Barros de Castro, 34 anos, que levou a sobrinha Julia, 9, e a filha Yasmim, 10, para acompanhar o eclipse. “É muito legal porque dá para ver que eles estão alinhados, do jeito que aprendemos o Sistema Solar na escola”, comentou a pequena Julia.

Mas a Lua eventualmente venceu a timidez e apareceu ainda avermelhada no céu, o que puxou gritos e aplausos dos espectadores, que vieram de longe para ver o evento. “Ótimo esse espaço ao ar livre, a narração ao vivo e explicações. Devia ter sempre”, comentou a médica anestesista Maria Helena Silveira, 47, que veio da Capital com as filhas Luiza, 6, e Maria Clara, 11. “Gosto muito das coisas do espaço. Achei muito legal aqui”, disse a mais velha.

PREFEITO

O eclipse do século atraiu até o prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), e sua mulher, a primeira-dama Ana Carolina Barreto Serra. “Tenho telescópio em casa. Fico tentando tirar fotos da Lua com o celular. Gosto muito e vim aqui para ver com todo mundo”, disse o prefeito.

Para fechar com chave de ouro, como se três planetas e a Lua de Sangue não fossem o bastante, um satélite artificial cruzou o céu, como se fosse uma estrela errante. “Provavelmente era um pedaço de foguete”, explicou o coordenador do planetário da Sabina Marcos Calil.

A fase total do eclipse, quando o satélite está totalmente encoberto pela Terra e fica avermelhado, durou uma hora e 43 minutos: começou às 16h30 e acabou às 18h13. O próximo eclipse total com duração próxima a este será apenas em agosto de 2036.

Fenômeno atrai multidão pelo mundo

No Parque do Ibirapuera, na Zona Sul de São Paulo, a esperada lua de sangue praticamente não deu as caras ontem, porque as nuvens encobriam o horizonte no momento mais especial do eclipse lunar. Mas às 18h25, quando tudo indicava que as centenas de pessoas que foram ao local para observar o fenômeno sairiam frustradas, a Lua cheia surgiu de repente no céu parcialmente eclipsada e deslumbrou os paulistanos.

No Rio de Janeiro, dezenas de cariocas se reuniram na Praia de Copacabana, Zona Sul, para tirar fotos. Quem estava mais perto do litoral brasileiro via melhor o fenômeno.

O eclipse não foi visível nos Estados Unidos, no Canadá, Groenlândia, México e na maioria das áreas da América Central. Em outros pontos, as condições climáticas definiram a visibilidade. Na Grécia, na Dinamarca e no Egito, por exemplo, foi possível ver a lua de sangue com nitidez.

A Nasa, agência espacial americana, transmitiu ao vivo pelo site no Twitter. Entre publicações fascinadas e xingamentos contra as nuvens que atrapalhavam a visibilidade, o eclipse ficou entre os assuntos mais comentados na noite de ontem.