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Semestre não cresce, prevê Anfavea
Por Wagner Oliveira
Do Diário do Grande ABC
10/08/2011 | 07:00
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O presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Cledorvino Belini, disse esperar crescimento zero no segundo semestre. "Se não tivermos crescimento nenhum nestes seis meses do ano, muita gente ainda vai dar risada de alegria", disse, brincando.

Segundo a lógica do executivo, que também preside a Fiat, a base de crescimento do segundo semestre de 2010 foi muito alta, o que torna difícil que a segunda metade de 2011 supere a vendas do mesmo período do ano passado.

Por esse motivo, a Anfavea não revisou sua projeção de crescimento de 5% nos emplacamentos em 2011. "Como crescemos 10% no primeiro semestre, a média do ano será de 5%, dentro, portanto, das nossas projeções", reforçou.

Segundo dados da Anfavea, desde maio as vendas se estabilizaram em 14,5 mil unidades por dia. "É um patamar alto, mas, em dezembro do ano passado, a média diária chegou a 17,3 mil veículos. Fica muito difícil conseguir resultados tão bons assim."

Para Belini, as medidas de restrição de crédito começam a ganhar impulso agora, mesmo que tenham sido anunciadas em janeiro. "Leva um tempo até o consumidor entender que a regra do jogo mudou e ficou muito mais difícil fazer financiamentos. Os juros estão mais altos e os bancos muito mais restritivos."

O presidente da JAC Motors, Sergio Habib, afirmou que o varejo está muito mais concorrido. "Já sentimos que nos últimos dois meses as coisas ficaram mais difíceis. A tendência é que a competição se acirre nos próximos meses, o que pode beneficiar o consumidor, mas atrapalhar o comércio."

CAMINHÕES

Incentivado por juros mais baixos, o segmento de caminhões ainda não sentiu os impactos das medidas restritivas de crédito. Em julho, as vendas mantiveram alta de 12% em relação ao mês anterior, o que anima o setor.

Até o fim do ano, os fabricantes devem ser beneficiados pela provável antecipação de compra por parte de grandes frotistas, que podem preferir veículos com a atual tecnologia do Euro 3. Em janeiro, a legislação obrigará que os pesados adotem o Euro 5, que deixa os veículos mais eficientes na emissão de poluentes e na redução de consumo. Só que os veículos vão ficar de 5% a 15% mais caros devido à incorporação de tecnologia, que obriga a realização de muitas mudanças nos componentes do motor.

Além disso, parte dos caminhões precisará usar a Arla 32, substância à base de ureia que ajuda a converter em vapor gases tóxicos que saem da queima do diesel, que também terá de ser mais limpo em 2012.

Os caminhões Euro 5 só rodarão com combustível com baixo teor de enxofre. A Petrobras promete fornecer o diesel limpo em todo o País.




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