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Terreno baldio tira o sono de moradores

Área na Vila Assunção, em Santo André, é tomada por mato e ‘viveiro’ de bichos, que invadem casas

Bianca Barbosa
Especial para o Diário
04/07/2018 | 07:00
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 Mesmo com inúmeras dedetizações e investimento em produtos de limpeza, moradores da Rua Juquiá, na Vila Assunção, em Santo André, sofrem com o aparecimento de ratos, baratas, aranhas e piolhos de cobra em suas casas. O problema ocorre por causa de matagal em terreno no fundo das residências. Parte do local pertence à Escola Estadual Professora Maria de Lourdes Guimarães; a outra está envolvida em processo confuso entre Prefeitura e Estado.

A luta dos moradores já dura quatro anos. Apesar de buscarem ajuda no município e no Estado, só foram atendidos pelo Ministério Público, no setor de habitação, que investiga o caso. O montador Flávio Morais, 36 anos, foi um dos responsáveis pela denúncia. “Cortaram parte do mato depois que reclamamos na procuradoria, mas deixaram lá, não limparam. Na outra parte ainda está grande”, relatou.

Além do problema com o matagal, moradores reclamam de cheiro de esgoto vindo do local. “O terreno do fundo continua com mato alto, e passa rede de esgoto lá. É um cheiro insuportável no fundo das nossas casas.”

Outra representante dos moradores é a dona de casa Roselaine Possane, 48, que mora há 15 anos no bairro. “Procuramos ajuda na escola, mas a diretora disse que não tinha verba para cortar o mato. Fomos atrás da Prefeitura, vereadores, fizemos abaixo-assinado, mas eles não têm interesse em limpar”, reclamou.

Segundo ela, muitos bichos têm aparecido em sua casa, mas o que mais incomoda são as aranhas. “Minha cachorra ficou internada por causa de picada de aranha, pois ela é alérgica. Na primeira vez só tomou um remédio e ficou melhor, mas na segunda foi internada.”

A vizinhança também reclama da presença de ratos, baratas e piolhos de cobra. A secretária Sandra Laines, 56, moradora da rua há 30 anos, disse que nunca viu tantos bichos quanto agora. “A Prefeitura às vezes vem e joga veneno, mas não adianta muito. Os ratos são do tamanho de gatos.”

A escola infantil Crescendo e Aprendendo, localizada na mesma rua, também tem sido invadida por bichos, segundo funcionários. Segundo a assistente administrativa Débora Igual, 33, apesar de a dedetização ser necessária apenas uma vez ao ano, na escola é preciso recorrer ao serviço pelo menos quatro vezes mais. “Gastamos cerca de R$ 270 com a dedetização leve e R$ 490 com a mais pesada, que só pode ser feita nas férias. Temos 50 alunos e precisamos cuidar deles. Muitas aranhas aparecem, e ratos vivem subindo o muro”, lamentou. Apesar de investir o dobro em limpeza, e já ter marcado mais uma dedetização, surgiram boatos entre as mães de que o problema era a falta de higiene. “Esta semana tenho reunião com os pais e vou mostrar os documentos do processo contra o terreno.”

A Prefeitura de Santo André esclarece que fará vistoria no local para averiguar a competência dos serviços e regularizar as pendências apontadas.

 




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