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Bibi Ferreira e suas eternas canções

Espetáculo realizado em 2013 em Belo Horizonte ganha registro em CD e DVD

Por Vinícius Castelli
28/01/2018 | 07:00
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Divulgação


 Aos 95 anos, Bibi Ferreira exala energia e vontade de trabalhar. É um espetáculo atrás de outro. O mais recente? Por Toda a Minha Vida. Dona de um baú com histórias e curiosidades do universo da música e do teatro, a artista resolve compartilhar algumas delas com o público com bom humor, sempre ao lado de muitas canções.

Tudo pode ser apreciado em Bibi – Histórias e Canções, show cujo registro ganha vida em CD e DVD (Biscoito Fino, R$ 30 e R$ 52, em média) e chega às prateleiras recheado por diversas canções e medleys, como o que conta com America, My Favorite Things e Memory, além de histórias, claro. Óbvio que a francesa Édith Piaf, a quem a brasileira já homenageou no espetáculo Bibi Canta Piaf, não fica de fora. Ela é lembrada com temas como La Vie En Rose, por exemplo.

O show, gravado em março de 2013, em apresentação realizada no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, teve a participação da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, com 58 músicos, e regência da batuta do maestro Flávio Mendes. “Todos os meus espetáculos acontecem sempre da mesma forma. Penso o que meu público gostaria de me ver fazendo e, ao mesmo tempo, penso no que gostaria de fazer para ele. A questão do registro é muito importante. Deixar documentado o espetáculo. Desde que comecei a trabalhar com meu atual empresário, e já se vão 28 anos, todos os meus shows foram registrados, em CD ou DVD”, explica Bibi ao Diário.

A artista, por meio de bossas, sambas e tangos, entre outros gêneros, conta a história de sua carreira, que soma 76 anos. Para o show, ela pincela temas como Gota d’Água, do musical de mesmo nome, de 1975, assinado por Chico Buarque e Paulo Pontes, e estrelado por Bibi.

A artista fala também de sua paixão por Hollywood e interpreta a bela By The Waterfall, trilha do filme Belezas em Revista, de 1933, estrelado por James Cagney e Joan Blondell. Seu pai, Procópio Ferreira (1898-1979), ator, diretor de teatro e dramaturgo, também não fica de fora. Bibi lembra dele dizendo que tinha mania de grandeza. “O carro tinha de ser grande, a casa tinha de ser grande, o teatro tinha de ser grande. Então, que gênero de música ele tinha que gostar mais? Ópera.”

Mesmo com o jeito extrovertido, Bibi também apresenta momentos intensos e emocionantes no palco, e sempre com voz impecável, como quando apresenta Sonho Impossível, em medley que conta ainda com O Homem de la Mancha e Alô, Dolly!, adaptação de Hello, Dolly!, de 1965. “Sempre entro (em cena) para dar meu melhor. E todo espetáculo é assim, momentos descontraídos, agudos, grandes canções e pitadas de humor”, diz.

A artista relembra ainda momentos importantes de sua trajetória, como Minha Querida Lady (adaptação de 1962 do musical My Fair Lady), e Bibi Ferreira Vive Amália Rodrigues (2001). Temas de compositores como Noel Rosa, Tom Jobim e Vinicius de Moraes também recheiam a programação. A cantora promove mistura de gerações da música, tanto que até Malandragem, de Cazuza e Frejat, está na obra.

Bibi conta que a escolha do repertório é feita por ela, seu empresário e o maestro que a acompanha. “Eles pesquisam, me trazem canções, escutamos juntos. Escolho algumas. Pesquisam mais, me trazem mais, e assim vai. Quando percebemos já temos o repertório pronto”, diz. Bibi conta que, de tudo o que apresenta no espetáculo, as óperas com versões com letras brasileiras são as mais especiais para ela, “porque lembram meu pai.”

O espetáculo foi mostrado, inclusive, fora do Brasil. “Me apresentei recentemente três vezes em Nova York, em 2013, 2014 e 2016 e a aceitação foi excelente, acima das minhas expectativas”, diz a artista. Sobre os próximos planos, como sempre, Bibi não para de pensar em projetos. “Continuo com meu novo espetáculo, estou com dois CDs e um DVD prontos para lançar, e preparo um programa de rádio. Sou uma atriz que canta e sempre que puder cantarei”, encerra.




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