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O ditador
Por Rodolfo de Souza
17/08/2017 | 07:00
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 O ditador quer botar fogo no mundo. É que a sociedade de lá de sua terra é muito fechada às coisas da atualidade, o que provavelmente tampe os olhos do homem que não sabe que já temos incêndios suficientes e que já castigamos por demasiado esta Terra. No entanto, ele gosta de disparar foguetes só para ver onde cairão e bater palminha. Quanto mais longe cair, melhor. E não pode prescindir de brincadeira tão divertida e apagar do rosto o sorriso de menino travesso que é dono da bola, faz biquinho quando contrariado e manda fuzilar o pusilânime que não gostar da brincadeira. Por isso, todos o aplaudem e gritam e saúdam e comemoram quando a coisa decola e vai parar lá no mar do vizinho rico.

E com esta farra toda, deu agora, o ditador, para provocar o grande chefe branco, cujo topete ameaça botar por terra a brincadeira do garoto. Diz aquele que o mundo conhecerá seu fogo e sua fúria, caso o menininho resolva mesmo jogar um foguete lá em solo americano que se encontra bem longe do solo americano.

Mesmo assim o ditador não se fez de rogado e continuou a rir e contar vantagem. Dizem até que possui ogiva nuclear bem pequenininha que pode facilmente ser guardada no bolso do projétil e ser lançada com ele para qualquer parte do mundo, presente de grego para Chicago que nada tem a ver com a história. Imagine! Acho mesmo que o ditador pretende aniquilar as populações e tornar todos os continentes calcinados propriedade sua. Tudo isso virará então uma enorme Coreia, do norte, do sul, do leste e do oeste.

E os vizinhos do ditador estão mais do que apreensivos. Também pudera, seus territórios cheios de gente e de grana, encontram-se na mira dos soldados que não conhecem outra atividade, outra diversão senão construir artefatos bélicos e amedrontar o semelhante, aquele que habita o mesmo solo redondo e respira o mesmo ar redondo. Ar que, aliás, o ditador pretende encher de radiação. Por certo que há um escudo em seu território que o protegerá dela. Até porque, ele não se importa com o mundo. Seu povo, judiação, nada sabe da vida, porque está cego. Tudo o que vê é a massificante propaganda que coloca a sua sociedade como sendo a melhor, a mais perfeita, graças à atuação e proteção de seus líderes, gente que passa o poder de pai para filho, geração após geração. Verdadeiros faraós dos tempos modernos.

É mesmo o jeito de governar de todo ditador, aquele que se auto-proclama democrático, observador minucioso e cumpridor de cada linha da constituição do seu país, protetor... É também característica dessa raça este afã de não largar o poder, mesmo que para isso tenha que dizimar sua própria gente e governar para ninguém.

Mas agora é diferente. O homem forte da longínqua terra asiática que trabalha pelo bem de sua nação, perdeu o prazer quase que sexual de manter debaixo de suas botas o seu povo. Necessita, por que não, cutucar onça com vara curta, embora tenha mesmo amarelado e adiado seu ataque para depois. Tudo indica que quando ouviu o rosnado do grande urso branco, parece que bocejou, perdeu a vontade e resolveu sentar para assistir mais uma série do Chaves.




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