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Guerra urbana

No Brasil vivemos uma tragédia diária, onde temos mais de 100 mortos...

Cristina Baddini
10/08/2012 | 00:00
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No Brasil vivemos uma tragédia diária, onde temos mais de 100 mortos, 3.000 feridos, dos quais mais de 300 ficam com deficiência. A violência nas grandes cidades é sentida, majoritariamente, como o maior problema contemporâneo. Seria reduzi-la muito pensarmos apenas em termos da eficácia policial. Ela depende de um conjunto de medidas e atitudes para que tenhamos qualidade de vida boa, uma vez que a redução dramática da situação atual brasileira só pode se dar com maior nível de desenvolvimento econômico, político e social. Escolhas adequadas de toda a sociedade representam uma emergência para a verdadeira paz urbana.

PELO MUNDO

A violência no trânsito mata todos os anos mais de 1 milhão de pessoas no mundo, fere e incapacita mais de 50 milhões e é a causa principal de mortes de jovens na faixa etária dos 10 aos 24 anos. As constantes notícias de tragédias, em rodovias e via urbanas, envolvendo jovens motoristas e seus acompanhantes, tornaram-se incômoda e triste rotina na barbárie do trânsito brasileiro.

DÉCADA DE REDUÇÃO DE ACIDENTES

Espero que as autoridades, entidades e sociedade em geral coloquem as ações para a redução das vítimas de trânsito como prioridade na agenda nacional. 

É inaceitável que o Brasil continue matando e internando 120 mil pessoas todos os anos vítimas de acidentes de trânsito, provocando impacto estimado em cerca de R$ 34 bilhões ao País, em gastos com resgate, tratamento, perdas de produção e materiais, dentre outros. Sem contar o forte impacto emocional, econômico e prático que os acidentes de trânsito têm provocado na vida de milhões de vítimas, familiares e amigos.

O Brasil pode e deve estabelecer e perseguir esta meta ambiciosa e factível de redução de vítimas de acidentes de trânsito, para a década de 2011 a 2020, com os três níveis de governo (federal, estadual e municipal), para tratarem esse tema como um dos prioritários, elaborando e implantando planos estratégicos de ações.

É o momentos para que haja uma política de garantia de recursos e de maior rigidez e efetividade na fiscalização das leis existentes principalmente da conhecida como Lei Seca e dos controles de velocidades nas vias públicas e nas rodovias. Os recursos do Funset e DPVAT vêm sendo contingenciados para pagamentos das dívidas do país, retendo mais de R$ 3 bilhões e deixando de aplicar R$ 400 milhões por ano. Isso é inaceitável.

CRESCEM OS ACIDENTES COM MOTOS

Os dados do Seguro DPVAT (Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de Via Terrestre) não mentem. Somente no Estado de São Paulo, no ano passado, foram pagas 44% de indenizações por óbitos no trânsito envolvendo jovens entre 18 e 34 anos, 53% por invalidez permanente na mesma faixa etária, conforme divulgado numa recente reportagem de televisão. Com relação a motos, de acordo com o DPVAT, o número de acidentes, em menos de uma década, triplicou no País. As motos representam 30% da frota brasileira de veículos e foram responsáveis por 66% das indenizações pagas nos nove primeiros meses de 2011, envolvendo 72% de casos de invalidez permanente.

PREMONIÇÃO

As lamentáveis tragédias recentes devem servir de exemplo para os jovens motoristas e seus acompanhantes. Cresce constantemente o número de famílias enlutadas e marcadas eternamente pela dor e tristeza em razão da violência e da imprudência no trânsito brasileiro. Outras madrugadas de tragédias no trânsito, principalmente nos de fins de semana virão. Triste e inevitável premonição. O carro continua sendo perigosa arma mortífera em mãos de motoristas imprudentes, jovens ou não. Até quando?




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