Política Titulo Santo André
Parlamentares devolvem canecas doadas por Cicote
Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
14/06/2017 | 07:00
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André Henriques/DGABC


A distribuição de canecas nos gabinetes feita pelo presidente da Câmara de Santo André, Almir Cicote (PSB), provocou discussões acaloradas ontem no Legislativo. Sete dos 21 parlamentares devolveram o material, alguns direto na mesa diretora no plenário durante a sessão ordinária, criando clima de constrangimento. Os vereadores reclamaram da falta de diálogo em relação à medida efetivada pelo socialista, que alegou incentivo à campanha educativa para reduzir gastos com uso de copos plásticos, além de sustentabilidade.

Um dos principais críticos da iniciativa do colega, o vereador Jobert Minhoca (PSDB) já havia indicado – por vídeo gravado nas redes sociais – que não ficaria com as canecas deixadas no gabinete. O tucano protocolou requerimento de informações sobre a campanha, questionando, entre certos pontos, se a medida é institucional, se há processo administrativo da compra do material e se a utilização do brasão oficial da Câmara é autorizado pelo regimento interno. “Tudo precisa ser no coletivo. Não fui consultado, estou fora. Não vim aqui para fazer politicagem”, disse, na tribuna.

Cicote ponderou, também no microfone, que a proposta tem como objetivo criar cultura da utilização da caneca no ambiente de trabalho. Alegou ser educativa e não obrigatória. Segundo ele, a distribuição foi doação de seu mandato, baseada de ideia implantada por empresa multinacional. “Mas não tem problema, pode devolver. O mais importante eu já consegui, que é levantar esse debate.” Mencionou ainda que no ano passado foram despendidos quase R$ 9.600 com a aquisição de copos plásticos. O parlamentar Zezão Mendes (PDT) falou que o presidente “pode ter tido boa intenção” ao encabeçar a campanha, mas também criticou: “De boa intenção o inferno está cheio”.

O parlamentar Willians Bezerra (PT) citou que “política é feita de gestos”. O petista reiterou que todo o andamento foi elaborado sem a presença dos demais vereadores. “Não sei nem se pode do ponto de vista legal. Não quero caneca que não sei a procedência”, sustentou, ao justificar a devolução. “Queríamos ter ciência antes de ir para a entrega. Isso é deselegante. Precisa, no mínimo, ser conversado, combinado.”

Casa dá aval à regularização no Centreville

O Legislativo avalizou ontem, por unanimidade, em primeira discussão no plenário, projeto do governo Paulo Serra (PSDB) para regularização fundiária no bairro Centreville, depois de quase 35 anos de ocupação do local. A projeção do Paço é que 1.300 famílias sejam beneficiadas com a proposta, que ainda passará por segunda apreciação. A expectativa do governo tucano é dar início ao processo de entrega de escrituras já em setembro.

O passo seguinte é a compra do lote por parte do morador, diretamente com a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), proprietária do território do Centreville. O plano visa instituir o parcelamento do solo, reconhecer as edificações construídas no espaço – de 250 mil metros quadrados – e anistiar as propriedades.

Havia resistência de parte dos vereadores para efetivar a votação inicial ontem. Alguns parlamentares citaram que audiência pública seria necessária. O vereador Fábio Lopes (PPS) frisou que tem colega querendo “fazer política” em cima do projeto. “Vejo desnecessária audiência. O secretário (de Habitação, Fernando Marangoni, DEM) já veio prestar explicações. Esse é projeto piloto para servir de exemplo a outros planos.”




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