Ex-superintendente adjunto e atual diretor clínico do Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, Vanderley da Silva Paula vai assumir o comando do Hospital de Clínicas Doutor Radamés Nardini, em Mauá. Será o terceiro superintendente da estrutura mauaense em seis meses.

Especializado na área vascular e formado na FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), Vanderley de Paula já foi candidato a deputado e a vereador em Santo André, ambos projetos eleitorais no PSDB. Chegou a ser cotado para assumir a Secretaria de Saúde do governo do prefeito Paulo Serra (PSDB), em Santo André – a escolhida foi Ana Paula Peña Dias.

Ele substitui Renata Martello, que pediu demissão na semana passada. Renata já havia ocupado a função porque Ricardo Carajeleascow também havia solicitado desligamento.

O estopim das duas demissões foi desentendimento com Lucy de Souza Lima, diretora administrativa e financeira do Hospital Nardini. Os dois reclamaram que Lucy detém plenos poderes dentro do complexo hospitalar, com aval para demitir e contratar funcionários. O governo de Atila Jacomussi (PSB) nega qualquer interferência de Lucy.

De acordo com Atila, Vanderley de Paula terá autonomia de atuação. “Foi uma escolha bipartite, entre o governo e a FUABC (Fundação do ABC). É um médico de renome, conhece a área, e sabe do setor administrativo de um hospital de grande porte. Ele terá autonomia, claro. Tem experiência e minha confiança para tocar o hospital.” O Hospital Nardini é administrado pela FUABC.

O Diário apurou que a presença de Lucy também tem incomodado a direção da Pasta de Saúde, hoje chefiada por Márcio Chaves (PSD). O secretário e o prefeito chegaram a se reunir no fim da semana passada para tratar sobre o tema, mas nenhum veredicto foi tomado.

Havia a promessa de deslocamento de função para Lucy – ela deixaria o Hospital Nardini e passaria a exercer algum cargo vinculado ao gabinete do prefeito –, porém essa alteração não se efetivou.

Ainda na semana passada, funcionários do Hospital Nardini relataram que a diretora demitiu ao menos 20 colaboradores (entre coordenadores de nutrição, de suprimentos e do SADT – Serviço de Apoio Diagnóstico e Terapêutico), sem explicação plausível. “A diretora (Lucy) alegou que as demissões foram por motivos financeiros, porém, várias contratações estão sendo feitas em diversos setores do hospital e com salários superiores aos dos funcionários que foram demitidos. Estão sendo contratados gerentes sem a mínima qualificação para assumir os cargos que exigem conhecimento técnico”, contou um ex-funcionário, que não quis se identificar com receio de represálias.