Política Titulo Ribeirão Pires
Denúncia aponta tucano de Ribeirão como servidor fantasma em S.Paulo

Cezar de Carvalho, presidente do PSDB
local, era comissionado na gestão Alckmin;

Por Júnior Carvalho e Claudio Fernandes
do Diário do Grande ABC
02/04/2017 | 07:00
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Banco de Dados


 O presidente do PSDB de Ribeirão Pires, Cezar de Carvalho, é apontado em denúncia anônima como funcionário fantasma do governo Geraldo Alckmin (PSDB). Comissionado, o tucano estava lotado oficialmente como assessor na Secretaria de Governo. Foi exonerado no fim da semana depois de a polêmica ser formalizada no Executivo. O Palácio dos Bandeirantes alegou que vai investigar o fato.

A acusação, que foi endereçada ao próprio governador, a diversos deputados estaduais e a integrantes da cúpula do tucanato paulista, indica que, em vez de cumprir expediente no governo do Estado, Cezar trabalhava normalmente em seu escritório de advocacia, localizado no Centro de Ribeirão Pires. Por telefone, o Diário constatou, por dois dias consecutivos, na semana passada, a ausência do tucano no local onde era então funcionário comissionado. Em uma delas, um servidor da secretaria informou que sequer conhecia algum Cezar no setor. Na sexta-feira, o Diário foi até o escritório do tucano, que estava na empresa e falou com a equipe de reportagem. 

Em tese, entretanto, na semana passada Cezar já não era mais funcionário da gestão estadual. Curiosamente, sua exoneração foi publicada no Diário Oficial do Estado na própria sexta-feira. A demissão é retroativa ao início da semana, na segunda-feira. 

Nomeado em cargo apadrinhado como assistente técnico 3, Cezar recebia salário de R$ 5.421,82 por mês. O tucano é aliado do ex-secretário Edson Aparecido (PSDB, Casa Civil), e integrava o governo do Estado desde meados de 2011, quando Alckmin voltou ao comando do Palácio dos Bandeirantes. 

Antes de ser nomeado na Pasta de Governo, Cezar foi lotado na extinta secretaria estadual de Desenvolvimento Metropolitano. Os funcionários do setor, incluíndo Cezar, foram absorvidos pela Casa Civil no fim de 2013 e a área foi transformada em subsecretaria. 

Mesmo com a saída de Esdon Aparecido da Casa Civil, em março do ano passado, Cezar seguiu no governo paulista, mas, assim como o aliado, também vinha perdendo espaço na nata tucana. Aparecido deixou a gestão Alckmin depois de divergências no partido por não ter apoiado o hoje prefeito da Capital, João Doria (PSDB), nome indicado pelo governador, nas prévias que definiriam o candidato tucano à prefeitura paulistana. À época, o discurso oficial era de que Aparecido deixava o cargo para se dedicar à sua candidatura a vereador – foi derrotado. O tucano também era investigado pelo MP-SP (Ministério Público de São Paulo) por suposto enriquecimento ilícito na compra de um apartamento, em bairro nobre da Zona Sul da Capital, por R$ 620 mil. 

Ao Diário, Cezar reafirmou seu afastamento do Palácio dos Bandeirantes. “Eu não estou mais no governo de São Paulo, mas as propostas (de apoio ao Grande ABC) seriam basicamente dar reforços nas áreas da Educação, transporte, Segurança e Saúde”.

Por meio de nota, a subsecretaria de Assuntos Metropolitanos alegou que a saída de Cezar ocorreu “a pedido” e se limitou a informar que “adotou as medidas cabíveis para apurar” as denúncias de que o tucano era funcionário fantasma, sem mencionar, contudo, quais foram essas providências. (Colaborou Fábio Martins)




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