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Comissão inicia trabalhos sobre investigação de propina
Vinícius Casagrande
Do Diário do Grande ABC
14/06/2003 | 20:31
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A Comissão de Assuntos Relevantes da Câmara de Santo André começa suas atividades nesta semana com uma reunião entre seus membros para determinar um cronograma de ações. A comissão foi criada para acompanhar o andamento das sugestões feitas no relatório final da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investigou o suposto esquema de arrecadação de propina no setor de transporte da cidade. A CPI apresentou alguns problemas que precisariam ser corrigidos.

As recomendações foram encaminhadas para a Prefeitura, TCE (Tribunal de Contas do Estado), Ministério Público, Receita Federal, BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Conselho Regional de Contabilidade e para a própria Câmara. “Estamos tomando ações para cobrar as instituições e dar encaminhamento a outras questões relativas da CPI”, afirmou o vereador Antonio Leite (PT), que será o presidente da comissão.

Os membros da nova comissão serão os mesmos que fizeram as investigações na CPI, com exceção de Osvaldo Moura (PMDB), que deu lugar ao vereador Ricardo Alvarez (PT). Leite afirmou que a comissão também pretende acompanhar o andamento do processo criminal que tramita na 1ª Vara de Santo André, mas descartou neste momento uma reabertura das investigações. “Como essa comissão vai se aprofundar nessa questão, seria prematuro avaliar agora, mas o papel dessa comissão é analisar e, se verificar novos fatos, (a reabertura) é uma possibilidade”, afirmou.

Os promotores de Santo André que investigam o suposto esquema de propina receberam com cautela a informação sobre a criação da nova comissão. Para o promotor Roberto Wider, as investigações feitas pela CPI quiseram transformar as vítimas em réus e minimizar as provas apuradas pelo Ministério Público. “Criar uma CPI para desconstituir as provas foi um fato inédito”, disse. “Se tentarem resgatar o que a CPI não fez, terão todo o nosso apoio”, disse Wider.

O promotor afirmou que desde o encerramento da CPI, em dezembro, novas provas foram apuradas pelo Ministério Público com a quebra do sigilo bancário do empresário Sérgio Gomes da Silva. Para os promotores, era a prova definitiva da cobrança de propina. “Se a CPI tivesse trabalhado com mais afinco, quem sabe não teria descoberto o que viemos a descobrir”, disse Wider.




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