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Professores da rede estadual de SP decidem entrar em greve
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22/10/2005 | 00:29
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Os professores das escolas estaduais de São Paulo entram em greve a partir de segunda-feira. O motivo é um projeto de lei do governo que regulamenta a contratação dos funcionários temporários, situação de cerca de 102 mil dos 209 mil professores da rede. A Secretaria de Estado da Educação propõe discutir a questão. O sindicato dos professores (Apeoesp) pede a efetivação de todos os temporários.

A greve foi decidida na tarde desta sexta em uma assembléia realizada no vão livre do Masp, na avenida Paulista. De lá, cerca de 3 mil manifestantes, segundo a Polícia Militar, foram em passeata até a Praça da República, onde fica o prédio da secretaria. No trajeto, provocaram confusão e lentidão em ruas movimentadas, num dia em que a cidade registrou índice de congestionamento acima da média por volta das 19h, horário de pico.

Além disso, a manifestação foi marcada por confusão entre os diretores do sindicato e professores da oposição, que chegaram a brigar em cima do carro de som. A PM e os professores também se confrontaram quando os manifestantes invadiram todas as faixas da rua da Consolação.

Foi a segunda passeata organizada pelos professores por causa do projeto. No dia 5, quando o texto havia sido enviado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) à Assembléia Legislativa, eles organizaram um protesto que complicou o trânsito na Avenida Paulista e fez com que o governo recuasse, se comprometendo a rediscutir a questão.

Isso porque ele previa que os funcionários temporários do Estado teriam contrato de seis meses, renováveis por outros seis. Depois de um ano trabalhando assim, só poderiam ser contratados novamente como temporários após dois anos. Como estava, os professores temiam uma demissão em massa.

"O governo retirou o projeto da Assembléia para reestudá-lo, mas nós não queremos nenhuma proposta em relação a isso. Queremos que todos os professores sejam efetivados", afirmou o presidente da Apeoesp, Carlos Ramiro de Castro. "A secretaria queria que nós fizéssemos uma proposta para o contrato dos temporários, mas queremos que eles deixem de ser temporários. Isso só vai piorar as condições de trabalho e tornar a profissão ainda mais precária", disse.

O medo era o mesmo nos professores que estavam presentes no protesto. A professora Eliana do Nascimento Santos estava revoltada. "Trabalho há 14 anos no magistério e corro risco de perder meu emprego e sair sem um único centavo no bolso", criticou.

Segundo a secretaria, não há risco de demissões e o fato de o governo ter retirado o projeto para reformulá-lo demonstra isso. "A greve foi uma decisão precipitada", afirmou o secretário-adjunto da Educação, Paulo Alexandre Pereira Barbosa.




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