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Fotógrafo do Diário participa de mostra na Alemanha
Por Cássio Gomes Neves
Do Diário do Grande ABC
23/06/2005 | 08:24
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Está em cartaz desde domingo no Museu Ludwig da cidade alemã de Koblenz, nas cercanias de Frankfurt, a mostra fotográfica Faces do Brasil. Não se trata de uma dica de roteiro, a não ser que você tenha programado uma visita à Alemanha para as férias de julho. O fato a registrar é que a exposição, iniciativa conjunta da Fundação Ludwig (alemã) e do Instituto Genesis (brasileiro), reúne os trabalhos de 36 fotógrafos brasileiros e tenciona contrastar as diferenças de olhares e de matizes sobre uma mesma porção geográfica, no caso o Brasil. E entre essas três dúzias de profissionais convidados a expor está Nário Barbosa, 38 anos, fotógrafo do Diário há cinco.

Faces do Brasil (Brasiliens Gesichter, em alemão), exibida em Koblenz até 31 de julho, é o primeiro episódio do projeto Brazilian Art Project, criado em 2002 pelo Instituto Genesis. Sediado em Londrina (PR), o Genesis é uma variação de organização não-governamental classificada de OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) e que fundou o Brazilian Art Project para divulgar as “expressões individuais” da arte brasileira no exterior, com vistas à comunicação internacional entre culturas e à remuneração adequada dos produtores de arte lá fora. Há contrapartidas como, por exemplo, a reversão de verba obtida com a venda de obras no exterior para projetos sociais no país.

A Fundação Ludwig aparece como parceira do Genesis. Administradora de 14 museus ao redor do mundo e de uma coleção de 100 mil peças, a organização da Ludwig pretende transportar as mostras vinculadas ao Brazilian Art Project – estão programadas oito delas num primeiro instante – para países como China, Cuba, Hungria, Suíça, Espanha, Portugal e Estados Unidos.

Nário Barbosa ingressou nessa volta ao mundo em 14 museus a partir de uma seleção cuja curadoria coube a Carlo Cirenza, editor da revista Paparazzi Photo Art. Teve pinçado um trabalho seu para figurar ao lado de nomes respeitáveis do clique nacional, como Mario Cravo Neto, Célio Oiticica e Cristiano Mascaro.

A obra de Barbosa reproduz o interior de um vagão, imagem que após ampliada recebeu intervenção em ponta-seca, técnica usualmente associada à gravura em cobre e na qual o fotógrafo milita há oito anos. Foi intitulada Metrô. “Os caras erraram aí. Na verdade, aquilo lá é um trem, é o vagão de primeira classe de uma maria-fumaça que fazia o trajeto até Santos”, corrige Barbosa a respeito da foto obtida em 2003. É a segunda vez que a produção do fotógrafo, residente em São Bernardo, cruza o Oceano Atlântico: há seis anos, teve seu trabalho exposto na 6ª Bienal de Vila Franca de Xira, em Portugal.

“É um privilégio participar de uma exposição como essa, com outros fotógrafos de nome aqui do Brasil. Ter uma foto exposta lá é como se eu tivesse ganhado um prêmio, pois a gente sabe como são difíceis essas coisas”, afirma o fotógrafo.



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