Não é precisa usar 'uma camisa azul, marrom ou preta', mas o totalitarismo 'tem muitas caras e a globalização é uma delas', disse Saramago, na apresentação da edição espanhola de seu último romance 'A caverna', publicado pela editora Alfaguara.
A obra trata, realmente, do futuro negro que se apresenta a uma família de ceramistas tradicionais ante um novo centro comercial, que tudo 'engole'.
'Vivemos com medo de perder o emprego e isso condiciona toda a capacidade de intervenção do indivíduo na vida', assegurou o prêmio Nobel.
'Alguém que tem medo de perder o trabalho se autolimita', afirmou Saramago, 78 anos, acrescentando que o trabalho é uma faceta a mais de ser do homem porque 'somos o que somos e somos o que fazemos'.
Segundo o escritor português, a globalização é 'incompatível com os direitos humanos', propiciando um deslocamento do poder da política para a economia.
'Uma economia pode determinar uma política e é isso que está acontecendo', concluiu o autor de 'A nave de pedra' e 'O Evangelho segundo Jesus Cristo'.
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