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PFL tenta deter avanço da aliança PSDB-PMDB
Do Diário do Grande ABC
15/06/2000 | 08:57
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A cúpula do PFL patrocinou um jantar para o presidente Fernando Henrique Cardoso nesta quarta-feira, com a bancada de deputados federais do partido, na casa do deputado Heráclito Fortes (PI). Além de Fernando Henrique, estiveram presentes o vice, Marco Maciel, o presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhaes (BA), e 89 dos 104 deputados do partido.

Candidato em campanha à presidência da Câmara, o líder pefelista Inocêncio Oliveira (PE) garantiu que a disputa dos postos de comando do Congresso nao entraria na pauta das conversas. Mas, segundo o vice-presidente nacional do PFL, senador José Jorge (PE), "o pano de fundo" do jantar é mesmo a disputa de poder com o PSDB do também líder e candidato Aécio Neves (PSDB-MG).

Preocupado com a aproximaçao entre o PSDB de Fernando Henrique e o PMDB, o PFL resolveu investir no relacionamento com o Planalto por um motivo: tem a certeza de que o presidente será decisivo na definiçao da aliança que elegerá os postos de comando do Congresso. "Vamos mostrar ao presidente que nossa aliança vai indo muito bem, e que nao há porquê mudar isto", antecipou o senador José Jorge.

O PFL quer evitar que o PSDB componha com o PMDB para eleger o tucano Aécio Neves presidente da Câmara. A preocupaçao tem fundamento. Também está em jogo a cadeira de presidente do Senado, que Antônio Carlos Magalhaes (PFL-BA) irá desocupar em fevereiro de 2001. Juntos, PSDB e PMDB têm a maioria dos votos no Senado, o que, pelo menos numericamente, dispensa a presença dos tucanos em qualquer acordo. O temor dos pefelistas é o de que o PSDB de Aécio alie-se ao PMDB na Câmara, em troca do apoio à candidatura do líder Jáder Barbalho (PA) para a presidência do Senado.

O encontro, realizado na casa do primeiro vice-presidente da Câmara, Heráclito Fortes (PFL-PI), foi acertado há três semanas por sugestao do presidente nacional do PFL, Jorge Bornhausen (SC). Depois da queda de braços entre governo e partido na votaçao do salário mínimo, Bornhausen ofereceu um jantar ao presidente e aos senadores do PFL e achou por bem repetir a dose com os deputados.




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