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Diadema aprova áreas sociais sob protestos
Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
23/10/2009 | 07:36
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Ari Paleta/DGABC


Nem mesmo a aparente solução para o impasse sobre as áreas de interesse social em Diadema evitaram protestos e suspeitas. Depois da trégua de 60 dias concedida pelos movimentos de moradias populares para que a Prefeitura garimpasse 210 mil m² de terreno, a Câmara votou e aprovou ontem projeto do Executivo com mais 17 locais, entre particulares e públicos - do total de 48 (31 já estavam autorizados).

O problema é que uma das 17 novas áreas, de 20 mil m² (na Avenida Alberto Jafet, Vila Nogueira), estaria contaminada, segundo os representantes de moradias populares Maria Aparecida Tijiwa e Ronaldo Lacerda. Eles não souberam informar o tipo de substância presente no solo. "Esperamos 60 dias para 210 mil m² de fossa", alfinetou Lacerda, primeiro suplente do PT, referindo-se à substituição das "melhores" áreas por outras "menores e com problemas de regularização e contaminação".

O secretário de Assuntos Jurídicos, Airton Germano, negou. "Temos um laudo da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) dizendo que não há contaminação para esse tipo de empreendimento", afirmou, ontem à tarde na Câmara.

Ao Diário, Germano disse que não teria nenhum problema em enviar o documento à reportagem. Porém, quando solicitado o ofício à Prefeitura, por meio da Secretaria de Comunicação, o pedido não foi atendido. A administração respondeu, por nota, que "todos os terrenos indicados pelo Executivo de criação de Aeis (Áreas Especiais de Interesse Social) e que foram aprovados pela Câmara estão aptos para receber empreendimentos habitacionais, de acordo com legislações urbanística e ambiental vigentes".

Ontem à noite, a Cetesb informou não ser possível confirmar, após rápida checagem, "se forneceu ou não o documento atestando que a área está liberada para construções". A informação precisa será repassada hoje.

Até mesmo a vereadora governista Irene dos Santos (PT) tinha dúvida. "Parece que a Prefeitura tem um laudo favorável deque não estaria mais contaminado. A Câmara solicitou, mas não foi enviado", afirmou.

O Diário apurou que a contaminação ainda persiste em parte do terreno, situado ao lado de uma indústria. O problema estaria centralizado em um fosso.

PROTESTO - Pela terceira vez, os representantes dos Movimentos de Moradias Populares de Diadema lotaram o Legislativo - cerca de 300 pessoas, segundo estimativa da GCM (Guarda Civil Municipal) -, munidos de panelas, apitos e faixas de protestos com apelos por moradia digna. O déficit habitacional é de cerca de 10 mil.




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