Está marcado para as 10h de hoje ato contra o suposto fechamento do pronto-socorro do Hospital Heliópolis, tido como referência na Capital. Segundo funcionários, o pronto atendimento do local estaria restrito a casos de urgência, o que obrigaria a população com problemas simples a procurar um posto de Atendimento Médico Ambulatorial. A medida também atingiria moradores do Grande ABC, responsáveis por 60% do atendimento mensal no PS.

A manifestação foi idealizada por grupo de funcionários após boatos de que o atendimento no pronto-socorro estava restrito a casos de emergência durante o período noturno e aos fins de semana. "Há um mês, começamos a receber reclamações e marcamos reunião com o diretor do hospital. Nos foi dito que há deficit de 260 médicos e que do quadro de 12 anestesistas temos apenas seis", revela a diretora da Associação dos Funcionários do Hospital Heliópolis Márcia Puerro.

As reclamações são contestadas pela Secretaria Estadual da Saúde. A Pasta informa que não haverá fechamento do pronto-socorro, apenas priorização, como em qualquer setor de emergência de hospitais, de casos mais graves e complexos. Atualmente, são realizados 12 mil atendimentos mensais no pronto-socorro e o hospital conta com 400 médicos, 120 residentes e 26 anestesistas. Está autorizado concurso para contratação de 700 médicos.

Para Márcia Puerro, o medo dos cerca de 1.300 funcionários é de que aos poucos os grandes hospitais da Capital passem a atender apenas casos de emergência, e que a população concentrada na região Sudeste do Estado seja prejudicada. "O pronto-socorro do Hospital Ipiranga já está fechado para atendimento à população, agora estamos observando acontecer o mesmo com o Heliópolis", destaca.

Líder do Movimento Popular de Saúde da Região Sudeste, Adão do Carmo diz já ter presenciado apenas um médico durante o plantão para fazer a triagem dos pacientes. "As pessoas acabam ficando ali jogadas, esperando atendimento, porque esse profissional não dá conta da demanda", comenta.

INVESTIMENTOS

A Secretaria da Saúde destacou que em outubro foram liberados R$ 2,8 milhões para modernização do hospital, que serão investidos na aquisição de equipamentos e mobiliários. Para o início de 2012 está prevista inauguração de ambulatório.