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Segredo: Vaticano decreta lei do silêncio
Da AFP
09/04/2005 | 13:11
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O porta-voz do Vaticano, Joaquín Navarro Valls, informou neste sábado que a Congregação Cardinalícia decidiu suspender seus contatos com a imprensa no período que precede o Conclave. Os cardeais realizaram sua sexta reunião com a presença de 130 purpurados, tanto cardeais eleitores como os que por terem mais de 80 anos deixaram de ter voto no conclave, que começará no dia 18 de abril às 16h30 locais (11h30 de Brasília).

Navarro Valls explicou que o período que precede a reunião trascendental está marcado por uma "intensificação da oração" e pediu que não se interprete esta decisão como uma "descortesia ou um desinteresse" por parte dos cardeais, mas sim como um "gesto de grande responsabilidade.

A partir do início do conclave, os cardeais eleitores estarão incomunicáveis com o resto do mundo durante a duração das deliberações e das votações para eleger o futuro chefe da Igreja Católica. De fato, como os cardeais passarão a noite no hotel Santa Marta, nas imediaciones da praça de São Pedro, toda a área do Vaticano foi declarada zona de conclave e, portanto, integra a região de silêncio.

Navarro Valls também anunciou a ausência no conclave do arcebispo de Monterrey (México), Adolfo Antonio Suárez Rivera, por motivos de saúde, o que reduz a 115 o número de cardeais eleitores. O filipino Jaime Sin já havia desistido da viagem a Roma pelas mesmas razões. A ausência de Sin reduz a dois - Joseph Ratzinger e William W. Baum - o número de cardeais nomeados por Paulo VI. Todos os outros foram nomeados por João Paulo II.

O porta-voz também informou que a missa "pró eleição do pontífice", que será celebrada na segunda-feira (dia 18 de abril), às 10h (5h de Brasília) e que precederá o início do conclave, estará aberta ao corpo diplomático credenciado na Santa Sé.

Os cardeais reunidos este sábado também se pronunciaram sobre os incessantes pedidos dos fiéis de todo o mundo para que João Paulo II seja rapidamente canonizado. A eventual beatificação de João Paulo II será "competência exclusiva" do novo Papa, declarou Joaquín Navarro Valls.

As reuniões de todos os membros do Colégio Cardinalício acontecem a partir da morte de um papa para organizar seu funeral e enterro e o conclave que elegerá o sucessor.

Neste sábado, os cardeais também fizeram um balanço do funeral de João Paulo II, na sexta-feira, e manifestaram sua gratidão aos fiéis presentes no Vaticano, de maneira particular aos poloneses, que compareceram em massa para se despedir de seu compatriota.

O Vaticano também agradeceu as autoridades italianas pela "perfeita organização" das atividades e pelo dispositivo que permitiu receber milhões de fiéis ao longo da semana para a despedida de Karol Wojtyla.




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