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Maçonaria recupera antigo Salão Colombo
Verônica Fraidenraich
Do Diário do Grande ABC
19/01/2006 | 08:14
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O antigo Salão Colombo, na avenida João Ramalho, em Santo André, será recuperado. A promessa é da loja de maçonaria que funciona no local, na Vila Assunção. As obras de recuperação foram iniciadas no fim de novembro. A idéia é manter a arquitetura e outras características do prédio, que sedia os encontros semanais dos 40 membros da loja, segundo Carlos Nobeschi, engenheiro e membro da maçonaria.

“Não vamos alterar nada da área externa”, diz Nobeschi, citando como exemplo janelas e portas. “Manteremos as venezianas e a porta de madeira.” O assoalho danificado e o telhado com infiltrações foram o primeiro alvo da reforma. O engenheiro explica que a deterioração do local poderia comprometer a segurança dos visitantes. “Colocamos um piso novo e fizemos uma manta especial de cobertura, que é isolante térmico e evita a entrada de água.”

Ainda segundo o engenheiro, o mais trabalhoso da obra é justamente manter as características originais da casa. Para descobrir a cor da fachada, por exemplo, eles terão de fazer uma pesquisa na parede.

Conhecido salão de bailes criado nos anos 20, o espaço pertenceu à Sociedade Cristovão Colombo, ligado à Igreja Matriz de Santo André. “Foi muito importante no passado, quando a região não tinha muitas opções de recreação e lazer”, conta Ademir Medici, jornalista responsável pela coluna Memória do Diário.

Para o zelador Clovis Cranchi, 71 anos, que morou na avenida João Ramalho e hoje trabalha num prédio da mesma avenida, o salão traz boas lembranças. “Lembro do tempo em que era criança e furava casamento ali pra tomar guaraná.” A aposentada Elza Sperandio, 72, moradora do bairro há 60 anos, conta que esteve uma vez no salão para uma festa. “Não lembro quando foi, sei que era mocinha.” Elza acredita ser importante recuperar a obra. “Tinha que ser restaurado, é antigo.”

Moradora do bairro desde que nasceu, Maria Marcelino Tardelli, 85 anos, questiona a reportagem: “Vai ser o quê? Vão desmanchar de uma vez?” Ao saber da obra, suspira aliviada. “É uma coisa de Santo André, tem que manter sim.” Maria só não lembra se já entrou alguma vez no salão antigo. “Devo ter entrado.”






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