Presidente interino do País, Michel Temer (PMDB) prometeu encaminhar estudo para destravar a Linha 18-Bronze (Djalma Dutra-Tamanduateí), que ligará a região ao sistema de Metrô da Capital e sugeriu até ajuda financeira da União ao modal.

O projeto, cujo contrato de serviço foi assinado em 2014, está emperrado desde o fim do ano passado, quando a Cofiex (Comissão de Financiamentos Externos), do Ministério do Planejamento, rejeitou pedido do governo do Estado para a captação de recursos estrangeiros, estimados em US$ 182,7 milhões (R$ 637 milhões) para serviço de desapropriações. A negativa foi feita durante o governo de Dilma Rousseff (PT), afastada durante o trâmite do processo de impeachment.

A afirmativa de Temer foi feita durante agenda no Palácio do Planalto, com o deputado federal Alex Manente (PPS). Também participaram do encontro o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, e o líder da legenda popular-socialista na Câmara Federal, o deputado Rubens Bueno, do Paraná.

“O presidente Temer encaminhou estudo de como o governo federal pode ajudar a tirar essa obra vital de Mobilidade Urbana do papel. Haverá estudo que envolva pontos além da liberação da verba pela Cofiex. Quem sabe até com recursos da União para que a Linha 18 possa sair do papel. Na próxima semana teremos agenda com ministros designados para tratar desse assunto”, pontuou Alex.

A Cofiex recusou pedido ao governo paulista, em 15 de dezembro, justificando a falta de comprovação de capacidade financeira de pagamento. Essa verba seria utilizada para desapropriações. A gestão estadual apontou que, sem o dinheiro para compra de terrenos, ficaria inviável iniciar as intervenções nos locais demarcados. Com 15,7 quilômetros de extensão e previsão de transportar 314 mil passageiros diariamente, a Linha 18 tem custo estimado de R$ 4,26 bilhões, sendo que R$ 1,92 bilhão é de responsabilidade do poder público, repartido entre Estado e União) e outro R$ 1,92 bilhão oriundo da iniciativa privada. No projeto está previsto que o transporte passará pelas cidades de Santo André, São Bernardo e São Caetano. O plano inicial era entregar o modal em 2017, entretanto, não há mais prazo para conclusão.

DISCUSSÃO
No encontro com Temer, Alex relatou também que a geração de empregos e manutenção das empresas do Grande ABC também foram abordadas. “Foi uma conversa muito proveitosa. Ficamos duas horas e pudemos falar muito sobre o futuro do Grande ABC. Ele mostrou preocupação com a economia da região, principalmente pela queda na atividade econômica devido à crise. Designou o ministro Marcos Pereira, da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, do PRB, para vir à região em uma agenda com empresários. Não podemos mais perder empresas e empregos. Até o fim de julho o Marcos Pereira virá para debater assunto”, adiantou Alex.