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Mangá autobiográfico traz drama na Segunda Guerra
Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC
28/06/2011 | 07:03
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O lado humano dos horrores vividos pela população japonesa no fim da Segunda Guerra Mundial é a trama que envolve a saga 'Gen - Pés Descalços'. Um dos grandes clássicos do mangá mundial, a obra de Keiji Nakazawa ganha relançamento com 'Vol.1 - O Nascimento de Gen, o Trigo Verde' (Conrad, 280 páginas, R$ 24,90). Mais nove capítulos chegarão às livrarias.

O título causa reflexão dos leitores ao acompanhar o drama pessoal vivido por Gen, garoto que mora na cidade de Hiroshima com sua família. Complicações trazidas por todas as atenções do Japão estarem voltadas para o conflito fazem com que grande parte das pessoas sofra com a falta de comida. Ao lado do irmão Shinji, o menino vive a reclamar da fome constante enquanto os pais tentam controlar o quanto podem a situação.

A vida de Gen se torna ainda mais complicada quando seu pai revela à comunidade local seu descontentamento com a participação do país na guerra. A postura faz com que todos seus vizinhos rotulem a família como antipatriota, dando início a uma série de episódios preconceituosos e de abuso com todos os integrante do clã Nakaoka. Acusações de roubos se tornam frequentes e até mesmo a mãe grávida acaba sendo vítima de agressão física.

O fio de esperança de poder comer uma tigela repleta de arroz ou talvez um belo peixe assado é o que move o personagem principal. Sempre aconselhado a ser forte até que o Japão ganhe a Grande Guerra, ele se envolve em meio a certas desventuras que poderiam existir somente em períodos de conflitos armados. Em paralelo, os irmãos que já não estão morando com a família também se deparam com histórias fortes e comoventes.

Lançado originalmente entre 1972 e 1973, 'Gen - Pés Descalços' marcou época por ser considerada a primeira publicação que retratava da maneira mais real possível como era a vida dos japoneses de Hiroshima pouco antes e depois de sua destruição pela bomba atômica em 6 de agosto de 1945.

Se alguns leitores se interessam pelos históricos acontecimentos da época, também podem se emocionar com o relato autobiográfico. Enquanto heróis de guerra foram condecorados, famílias inocentes tiveram as vidas destruídas e eternamente marcadas.




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