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Hugo Chávez cancela presença na Unctad
Por Da AFP
13/06/2004 | 15:13
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O presidente venezuenalo, Hugo Chávez, anunciou neste domingo o cancelamento de sua viagem ao Brasil para participar da XI Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), enquanto o colega boliviano, Carlos Mesa, embarcava em La Paz rumo a São Paulo, onde se realiza o evento.

Em seu programa de rádio e televisão "Alô, presidente!", Chávez explicou que o cancelamento se deve ao "trabalho duro" que ele enfrenta na organização da campanha eleitoral para o referendo revogatório do seu mandato, em 15 de agosto, e afirmou que será representado por seu chanceler, Jesús Pérez.

Já Carlos Mesa tem previstas reuniões com o colega brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e com o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Khofi Annan, a quem segundo o chanceler Juan Ignacio Siles, o presidente voltará a expor o centenário tema da falta de acesso marítimo da Bolívia.

O presidente boliviano se reunirá com o anfitrião, Luiz Inácio Lula da Silva, para coordenar um encontro com o presidente argentino, Néstor Kichner, para 5 de julho próximo, na Bolívia.

Mesa, Lula e Kichner impulsionam, junto com o presidente venezuelano Hugo Chávez, a criação de uma supraestatal "Petroamérica" ou "Petrosul", surgida da união das estatais petroleiras dos três países sul-americanos.

Segundo fontes extra-oficiais, a visita dos chefes de Estado argentino e brasileiro servirá para impulsionar o referendo previsto para 18 de julho, que o governo boliviano organiza para decidir o destino dos combustíveis daquele país.

Detentor da segunda maior reserva de gás da América do Sul, com 54,9 trilhões de pés cúbicos, o país exporta o combustível aos vizinhos Brasil e Argentina.

Durante encontro com o secretário-geral da ONU, Mesa entregará a Kofi Annan o "livro azul", que contém um estudo dos antecedentes da Guerra do Pacífico, as conseqüências para a Bolívia da perda de 400 km de costa devido à conflagração de 1879 com o Chile, além de mapas das épocas colonial e republicana que afirmam a posse boliviana de territórios marítimos.

Durante a Cúpula Íbero-americana, celebrada em novembro na Bolívia, Annan se ofereceu para intermediar, se as partes pedirem, a conciliação para a antiga reivindicação boliviana, expressa em vários fóruns internacionais. Dois meses depois, o secretário-geral da ONU enviou um emissário a La Paz para acompanhar o assunto.

Na semana passada, na cúpula da OEA (Organização de Estados Americanos), na semana passada, em Quito, o governo boliviano voltou a falar do caráter multilateral do tema, em contraposição ao Chile, que proclamou a bilateralidade, posição apoiada por outros quatro países sul-americanos.

Segundo fontes diplomáticas, o chanceler Siles e sua colega chilena, Soledad Alvear poderão voltar a se reunir em São Paulo para traçar uma agenda de aproximação para discutir a eventual privatização do porto de Arica e o uso das águas do manancial andino de Silala.




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