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Atriz lança moda de piercing nas genitálias
Cristiane Bomfim
Do Diário do Grande ABC
09/12/2006 | 19:34
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Modificar o corpo com piercing é uma prática mais antiga do que se imagina, porém ainda considerada polêmica. Exemplo disso é o bafafá causado pela descoberta de um piercing na região genital da atriz Karina Bacchi durante ensaio fotográfico para a edição deste mês de revista masculina.

Enquanto os adeptos dos piercing e de outras modificações do corpo – como tatuagens – consideram “super normal” colocar uma jóia (nome dado às peças de aço cirúrgico, titânio, e ouro) nos lugares mais inusitados, boa parte da população ainda se escandaliza com o fato. Mas, desde que chegou ao Brasil, há 14 anos, o piercing tem se tornado cada vez mais popular por aqui.

Primeiro, a moda era colocar argolas e hastes na orelha, nariz, sobrancelha, umbigo, mamilos. Hoje, as opções se estendem a outras parte do corpo: os órgãos genitais. “É normal que algumas pessoas fujam do convencional e procurem outras partes do corpo para colocar os adornos”, explica o piecer (quem coloca piercing) Ronaldo Sampaio, mais conhecido como Snoopy, um dos pioneiros do piercing no país.

Os piercings genitais têm a fama de aumentar a sensibilidade nas zonas erógenas, proporcionando assim, maior prazer durante o sexo. Esta crença aliada à exposição desta modalidade de colocação de jóias nas partes íntimas pela mídia irá fazer com que mais mulheres desejem colocar a jóia no clitóris e nos lábios vaginais. Pelo menos é o que acreditam os donos de estúdios de Body Piercing. “Não tenho dúvida de que a procura vai crescer. A foto da Karina Bacchi vai aumentar a procura. Tudo que sai na mídia vira moda”, afirma Snoopy.

Mas a prática ainda é restrita. De acordo com Alemão, dono do estúdio Mister Tatoo, em Santo André, em 26 anos de profissão, cerca de 50 mulheres entraram no estúdio decididas a colocar uma jóia nas áreas mais íntimas. “Posso afirmar que 70% dessas mulheres vieram incentivadas pelo marido ou namorado. Ainda é um fetiche masculino”, comenta. Alemão foi o primeiro a trazer um estúdio de tatuagem e piercing à região.

O preço da perfuração em área genital, incluindo a jóia varia entre R$ 150 e R$ 200.

De acordo com Snoopy, as pessoas que colocam piercing possuem entre 25 e 45 anos. “É o que eu observo no meu estúdio”, afirma. Porém, a distinção por classe social é mais difícil de fazer: “O que eu noto é que quem aparece no estúdio é porque já sabe muito bem o que quer, entende do assunto”, afirma.


Piercing – A palavra piercing vem do inglês e significa perfuração. Os primeiros registros de utilização são em tribos indígenas na África, na Índia e na Indonésia e tinham, principalmente, função estética.

Ganhou força durante os séculos 18 e 19 na Europa, por onde se espalhou entre a classe média e a aristocracia. Foi no século 19 que o principe inglês Albert tornou notória uma modalidade de colocação de piercing genital – que anos mais tarde recebeu o nome de Prince Albert – perfurando seu pênis com uma argola.

O piercing ficou praticamente esquecido durante boa parte do século 20 e só ressurgiu na década de 1970 em Londres, Em 1992, ele foi trazido ao Brasil por André Meyir.




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