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Barak nao aceita soberania palestina em acordo de paz
Das Agências
29/12/2000 | 18:51
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O premiê israelense, Ehud Barak, declarou nesta sexta-feira que nao assinará um acordo de paz que inclua a soberania palestina na Esplanada das Mesquitas, que abriga o terceiro lugar santo do Isla.

"Nao tenho a intençao de firmar um documento que preveja uma transferência de soberania sobre o Monte do Templo (nome dado pelos judeus à Esplanada), que está no coraçao de nossa identidade, aos palestinos'", disse Barak na televisao israelense.

Barak fez referência ao Templo judeu, destruído no ano 70 pelo império romano, do qual ainda existe um muro de sustentaçao, o Muro das Lamentaçoes, o local mais sagrado do judaísmo.

O plano de paz proposto às duas partes pelo presidente americano, Bill Clinton, prevê especialmente, segundo a imprensa israelense, uma soberania palestina sobre a Esplanada das Mesquitas.

Barak também frisou que "seu governo nao aceitará jamais um acordo, custe o que custar, que reconheça de qualquer forma o direto do regresso dos refugiados palestinos".

A Autoridade Palestina exige que Israel reconheça o prejuízo causado aos refugiados de 1948, que já sao 3,7 milhoes, e seu direito de regresso, previstos na resoluçao 194 da Assembléia Geral da ONU, uma vez que afirma que nao regressariam necessariamente.

Segundo o plano Clinton, os palestinos renunciariam essencialmente a esse direito, em troca de partes de Jerusalém Oriental, 90% da Cisjordânia e a Faixa de Gaza. ``Esses sao os dois pontos essenciais, essas sao nossas fronteiras', acrescentou Barak.

O primeiro-ministro frisou a importância de se chegar a um acordo com os palestinos, destacando que em caso contrário "os acordos de paz com a Jordânia e Egito estarao em risco. Haverá um risco na regiao, e o que é mais gravem Israel estará isolado".

Nesta sexta-feira, o assessor do líder palestino Yasser Arafat, Nabil Abu Rudeina, reafirmou que os palestinos nao assinarao um acordo com Israel se ele nao prever a soberania palestina sobre a Esplanada das Mesquitas.

"Nao assinaremos um acordo que nao inclua a total soberania palestina sobre Jerusalém (a parte oriental da cidade), o nobre santuário (a Esplanda das Mesquitas), e a totalidade dos lugares santos", disse Abu Rudeina.

"A declaraçao de Barak representa um golpe ao processo de paz e a todos os esforços feitos para salvaguardá-lo", acrescentou.

Ainda nesta sexta,o presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, ameaçou deixar de intermediar as negociaçoes de paz entre Israel e Palestina, caso as autoridades locais nao concordem em discutir as propostas de paz norte-americanas.

Clinton fez as declaraçoes depois da explosao de três bombas em um ônibus em Israel e em um posto de fronteira na Faixa de Gaza. Dois israelenses morreram e quinze ficaram feridos.

Os crimes podem estar relacionados ao cancelamento da reuniao de cúpula marcada para quinta-feira entre o primeiro-ministro de Israel, Ehud Barak, e presidente da Autoridade Palestina, Yasser Arafat. Os líderes iriam discutir as propostas dos Estados Unidos.




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