Setecidades Titulo Carnaval 2012
Diretoria da Vila Vivaldi assume criações

Sem carnavalesco, cúpula da agremiação arregaça as mangas para brilhar na avenida

Por Angela Martins
Do Diário do Grande ABC
28/01/2012 | 07:00
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Após a saída repentina da carnavalesca Patrícia Quirino, que fez todos os carnavais da Acadêmicos de Vila Vivaldi, por problemas de saúde, a diretoria da agremiação decidiu não arriscar. Assumiu a criação dos carros e fantasias e divide as responsabilidades do enredo Pai da Fé e o Filho da Promessa.

A escola levará para o desfile deste ano a história de Abraão e seu filho Isaac, que foi poupado de sacrifício quando Deus provou a fé de Abraão. "No ano passado, ficamos sem a carnavalesca faltando um mês para o Carnaval. Tivemos de nos virar. Mas valeu pelo aprendizado e este ano decidimos tomar conta de tudo", explica o presidente Valdir Barbosa, 49 anos.

O tema, no entanto, foi escolhido devido às alegorias que compraram de escolas da Capital. "Sempre procuramos adaptar o enredo com as peças que conseguimos comprar. Por exemplo, se compramos esculturas de índios, nosso tema segue essa ideia. Mas tem sempre a questão da criatividade. Tentamos dar nosso olhar sobre o tema", diz o diretor José Carlos de Lima, 45, o Calé.

VERBA ESCASSA

Com 70% do trabalho pronto, a escola corre para terminar os carros alegóricos. A subvenção de R$ 45 mil da Prefeitura, que atrasou quase dois meses, atrapalhou as compras dos materiais para as fantasias. "Tudo o que procuramos está em falta ou muito caro. Quem conseguiu comprar antes se deu bem. Mas como só contamos com o dinheiro agora, fomos prejudicados", lamenta Barbosa.

Para levantar dinheiro, a saída foi recorrer à reciclagem de materiais, bingos e o famoso pagode com feijoada, realizado a cada dois meses durante todo o ano. A comunidade também ajuda com doações e presença nos ensaios.

A chuva também tem tornado os trabalhos nos carros alegóricos mais difíceis. Como a agremiação não conta com quadra coberta, a finalização das alegorias só pode ser feita quando não está chovendo. Muitas vezes, é preciso refazer tudo. No total, são três carros alegóricos, 14 alas e 480 componentes na avenida.

Galpão é desafio do próximo presidente

Um galpão coberto para confecção dos carros alegóricos é o principal item na pauta do próximo presidente da Acadêmicos de Vila Vivaldi, que deve ser escolhido logo após o Carnaval. Calé está quase garantido no cargo e já quebra a cabeça para resolver o problema.

"Todos os anos temos problemas com as chuvas, que destroem nosso trabalho. Mas é muito caro o aluguel e não podemos pagar", diz. O diretor é um dos fundadores da escola, uma das caçulas entre as agremiações de São Bernardo. Fundada por um grupo de amigos, Calé é o único do grupo que permaneceu no quadro de integrantes da Vila Vivaldi.

"Os outros saíram, mas ficou o respeito. Aqui na Acadêmicos faço de tudo, ajudo a fazer as fantasias, cuido dos ensaios, faço compras", revela. No dia do desfile, vale até empurrar os carros alegóricos na avenida.

Apaixonado por Carnaval, quando mais jovem gostava de desfilar pela paulistana Gaviões da Fiel. Mas engana-se quem pensa que Calé vem de uma família tradicional no samba. "Sou a ovelha negra. Ninguém gosta muito de Carnaval, mas eu adoro", diverte-se.




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