Política Titulo Transferência
Vicentinho transfere título para Diadema e entra na briga ao Paço

Após disputar Prefeitura de São Bernardo duas vezes,
deputado se coloca como alternativa se Filippi desistir

Por Raphael Rocha
Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
30/09/2015 | 07:00
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Orlando Filho/DGABC


Duas vezes derrotado na corrida eleitoral para ser prefeito em São Bernardo, o deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT), transferiu ontem seu domicílio eleitoral para Diadema com objetivo de entrar na briga para representar o petismo na eleição à Prefeitura diademense em 2016. A movimentação foi feita ontem, no início da tarde, na 329ª Zona Eleitoral, no Centro.

“É minha volta ao partido de origem porque a minha militância partidária começou em Diadema. Sempre tive uma participação na cidade. Pediram para que viesse militar em Diadema e talvez ser candidato a prefeito caso o (José de) Filippi (Júnior) não se candidate”, argumentou Vicentinho.

A decisão de Vicentinho muda o cenário em Diadema. Filippi é tratado como plano A na legenda, mas o ex-prefeito tem evitado se colocar como candidato, até com receio de que seu nome seja muito manchado por causa da Operação Lava Jato. Os vereadores José Antônio da Silva e Manoel Eduardo Marinho, o Maninho, brigam para herdar o posto se Filippi, de fato, recuar.

O nome de Vicentinho começou a ser especulado no petismo local em janeiro – a movimentação foi antecipada pelo Diário. Mas, até então, a resistência impedia que o deputado federal efetivasse regresso para Diadema. Com as seguintes declarações de Filippi contrárias ao projeto eleitoral, o parlamentar federal ganhou força interna.

Vicentinho sabe que há resistência, principalmente na bancada do PT, com a possibilidade de ele ser o candidato ao Paço. Tanto que pediu ao presidente do PT local, o ex-prefeito Mário Reali, para intermediar conversa entre ele e os vereadores do partido.

“Essa questão vai ficar na capacidade dele de dialogar com a bancada. Também senti essa resistência, por isso ele (Vicentinho) terá de conversar. Minha posição é para que não tenhamos prévia e decidamos o candidato até o fim do ano. Caso não haja consenso, busquemos os meios legais e partidários para escolha do candidato”, afirmou Reali, que acredita que, com a decisão, a chapa pura seja realidade. “O caminho natural agora é esse (indicação de prefeito e vice do PT).”

Vicentinho declarou que, se houver prévias, “vai retirar o nome”. “Disse (aos defensores de seu regresso) que volto a Diadema como militante. Há o Zé Antônio e o Maninho e não posso passar por cima como um trator”, opinou o deputado, citando pedido de integrantes do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e do Sindicato dos Bancários.

DESEMPENHO
Vicentinho concorreu em 2000 e 2004 à Prefeitura de São Bernardo. Da primeira vez, perdeu para Mauricio Soares (PT) por 206.595 votos a 121.448. Da segunda vez, a derrota foi para William Dib (PSDB), por 295.487 adesões a 88.533. Ele é deputado federal em quarto mandato e, em 2014, foi líder da bancada do PT na Câmara.

Sem Vaguinho, PTB debate apoio a prefeiturável do petismo em 2016

Sem conseguir filiar o vereador de Diadema Vaguinho do Conselho, o PTB abriu discussão para apoiar o PT na eleição à sucessão do prefeito Lauro Michels (PV).

Em 2012, a legenda esteve no arco de aliados do verde, indicando Silvana Guarnieri como vice de Lauro. Em 2014, o prefeito e o presidente do PTB estadual, deputado Campos Machado, romperam politicamente e o dirigente já avisou que pode seguir qualquer caminho na cidade, menos apoiar a reeleição de Lauro. Campos já disse que há grande chance de o PTB caminhar ao lado de José de Filippi Júnior, se o ex-prefeito decidir buscar o Paço pela quarta vez.

Vaguinho do Conselho negociou com o PTB depois de ver as portas fechadas à sua candidatura a prefeito pelo PSB – acabou expulso do partido. Depois de suspense, anunciou que vai se filiar no PRB, em evento marcado para hoje, às 19h, na Câmara de Diadema.

O futuro republicano, porém, ainda sonha em ter o PTB como aliado. Tanto que discute apresentar o nome dos vereadores Célio Boi (também expulso do PSB) e Ricardo Yoshio (PRB) a Campos Machado. 




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