A falta de abertura da janela de troca partidária tende a frustrar os planos políticos do vereador de São Bernardo pelo PSD, Rafael Demarchi. Na busca de migração de legenda para fugir do PT na eleição de 2016, o parlamentar espera aprovação da matéria em Brasília – sem data prevista para votação –, a fim de consolidar projeto com a oposição, provavelmente com o DEM, que deve apoiar candidatura do PSDB – o tucanato será representado pelo deputado estadual Orlando Morando.

Atrelado ao PSD, Rafael somente conseguiria romper vínculo com o PT – que deve ter o secretário de Serviços Urbanos, Tarcisio Secoli, como candidato – se liderasse projeto próprio.

A empreitada chegou a ser ensaiada, por meio do G-9 (grupo de vereadores independentes). Um dos líderes do bloco, Rafael teve o nome destacado à possível jornada, entretanto, as discussões esfriaram após o bloco se desentender justamente por conta de posicionamento político ao processo eleitoral do ano que vem.

Presidente nacional do PSD, o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, tem relação estreita com o prefeito Luiz Marinho (PT) e já sinalizou que, sem candidatura própria, o projeto em São Bernardo será pelo alinhamento ao petismo.

A postura da sigla pessedista deve se repetir em outros municípios, em acordo costurado com vistas à eleição ao governo do Estado em 2018.

Em São Bernardo, além de Rafael Demarchi, o PSD é representado pelo vereador Fábio Landi, que comanda o diretório local.

A sigla apoiou a reeleição de Marinho em 2012 e integrou a base de aliados desde então. Em abril, porém, os parlamentares lideraram discussões contra a bancada de vereadores do PT e ao secretário de Governo, José Albino (PT), ajudando a instituir ala independente no Legislativo, passando a adotar discurso contra o Paço.

Os vereadores também começaram a retardar os trabalhos do Executivo com a Câmara para reforçar a insatisfação com a administração.