A redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) concedida pelo governo federal aos veículos contribuiu também para aumentar a demanda do mercado de seguros. A estimativa é que o setor termine este ano com crescimento entre 10% e 12% em relação ao ano passado. "Sem o benefício do IPI, certamente o setor não teria crescido mais que 6%", diz o superintendente em automóvel da Allianz Seguros, Pedro Pimenta. Em 2008, a Allianz cresceu 6% e a estimativa para este ano é de elevação entre 13% e 14%.

O diretor de produtos de automóvel da SulAmérica, Anderson Mello, por meio de nota, considera que a redução do IPI teve efeito muito positivo para todo o setor automotivo. Porem, avalia ele, especificamente para o mercado de seguros, não foi o único impulsionador das vendas.

"Considerando o período de janeiro a agosto, o mercado segurador apresentou crescimento de 11,6% no segmento de automóveis e a SulAmérica registrou aumento na sua receita de 20% até o mês de agosto, segundo dados da Susep (Superintendência de Seguros Privados). Porém, no caso da SulAmérica este crescimento não é fruto somente do IPI, mas também de movimentos relacionados a toda a estratégia de atuação da seguradora nesse segmento" destaca comunicado divulgado pela empresa.

Pimenta, da Allianz, ressalta também a mudança de perfil do consumidor brasileiro. "antes a idade inicial para comprar o primeiro carro era de 26 anos. Hoje, com 18 anos já se compra o primeiro carro."

IMPACTO  - Há 26 anos no mercado, o corretor de seguros Carlos Alberto Pelais, que também é diretor regional de Seguros do Sincor-SP (Sindicato dos Corretores de Seguros do Estado de São Paulo), afirma que sentiu os reflexos positivos da redução do IPI. "Houve muita troca de veículos, o que aumentou a venda de seguros novos", diz. Para ele, a falta de segurança também contribuiu para aumentar a procura de seguros e estima que o setor cresceu cerca de 10% na região.

Apenas no primeiro semestre deste ano, último dado consolidado do setor, o ramo de seguro de automóveis movimentou R$ 8,1 bilhões. Ou seja, 11% mais que nos nos primeiros seis meses do ano passado, conforme estudo realizado pelo Sincor-SP. "A redução do IPI veio numa hora muito boa, sem esse benefício o setor não teria atingido este crescimento", declara Leoncio de Arruda, presidente do Sincor-SP. Para ele, o fim gradativo da redução do imposto não terá impacto negativo para o setor de seguro de automóveis. "O crédito vai continuar acessível e, com isso, as vendas devem seguir em alta", concorda Pimenta, da Allianz.