O que é bom perdura, fica e ecoa para sempre nos corações, na história. Grandes artistas das últimas gerações são revisitados por grandes artistas da atualidade e o ciclo nunca se encerra. Ainda bem. Adriana Calcanhotto ganhou missão mais do que importante e a cumpriu. Com maestria, diga-se de passagem. A cantora homenageou Lupicínio Rodrigues em projeto durante o centenário do compositor gaúcho. O show, gravado em Porto Alegre em setembro, chega agora em CD, DVD e Blu-Ray. “Foi uma noite única, em todos os sentidos da palavra.Tipo de coisa que acontece sem que ninguém tenha controle. Fiquei muito feliz com o registro”, descreve a cantora ao Diário.

Loucura (Sony, R$ 24,90, em média) tem 17 faixas, todas escolhidas a dedo pela intérprete. “Tive o tempo necessário para pensar no repertório, escutar novamente os discos, para reler os textos. É diferente quando ouve pela primeira vez aos 15 e depois aos 30 anos. Dei outro mergulho em Lupicínio”, diz Calcanhotto, que não teve dúvidas para escolher a canção que abre o projeto: Homenagem. “Não consegui enxergar outra ou melhor maneira senão com esta música (Eu agradeço estas homenagens que vocês me fazem/Pelas bobagens e coisas bonitas que dizem que eu fiz/Receber os presentes, isto eu não tenho coragem/Vai entregá-los a quem de direito deve ser feliz.”

Além de Homenagem, Loucura conta com Ela Disse-me Assim, Castigo, Vingança, Cadeira Vazia, Quem Há de Dizer, Nervos de Aço, Esses Moços, Volta, Nunca, Judiaria, Felicidade, Se Acaso Você Chegasse, Cevando o Amargo, Cenário de Mangueira e, por que não, o hino do Grêmio Futebol Clube, cuja paixão é compartilhada por Adriana e Lupicínio. “Ele era conhecido como o compositor da dor de cotovelo, mas nem todas as suas canções são sobre o tema. Elas tratam do ser humano de uma maneira atemporal”, analisa Calcanhotto.

Loucura tem direção geral de Gabriela Castal e produção da Samba Filmes. Além do show, conta também com curta-metragem documental A Luz do Refletor, em que a cantora tem um bate-papo com o músico e amigo Domênico Lancelotti. O tema da conversa? Lupicínio, toda a sua humildade e brilhantismo.