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Investigação descarta punição no caso Erenice
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03/01/2011 | 09:50
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A investigação aberta pela Casa Civil para apurar tráfico de influência de dois assessores da ex-ministra Erenice Guerra terminou sem recomendar qualquer punição. A sindicância concluiu que não há provas de irregularidades cometidas pelos servidores Vinicius Castro e Stevan Knezevic, que trabalhavam com Erenice no Palácio do Planalto. O escândalo derrubou a então ministra da Casa Civil em setembro, durante a campanha eleitoral.

Vinicius Castro botou a mãe como sócia numa empresa de consultoria em Brasília - Capital Assessoria e Consultoria - em sociedade com Saulo Guerra, filho de Erenice. Outro filho da ex-ministra, Israel, era quem atuava com Vinicius no lobby e cobrança de comissão de empresas que tentavam fazer negócios com o governo. Cobravam uma taxa de 5% para fazer o "serviço". Após a revelação do caso, Vinicius pediu demissão do cargo. Stevan Knezevic foi devolvido à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), onde é servidor público.

Na sexta-feira, a Casa Civil abriu processo disciplinar para apurar as relações de convênio firmado com a Unicel, empresa que tem o marido de Erenice como consultor. Segundo a assessoria do Palácio do Planalto, essa foi a única conclusão da sindicância aberta em outubro para apurar o tráfico de influência dos assessores de Erenice. O relatório final da apuração será enviado ao Ministério da Defesa, à Anac e à Comissão de Ética Pública da Presidência da República.

A apuração do caso Erenice ainda prossegue no âmbito da Polícia Federal e da CGU (Controladoria-Geral da União).

Reportagem da revista Veja mostrou em setembro que a Capital Assessoria e Consultoria fez lobby e cobrou propina para facilitar a vida da empresa MTA (Master Top Linhas Aéreas) em contratos com o governo. A MTA pertence ao argentino Alfonso Rios, que usou o coronel Eduardo Artur Rodrigues como testa de ferro na empresa no Brasil. Em agosto, o coronel assumiu a direção de operações dos Correios indicado por Erenice Guerra.

De acordo com a assessoria da Casa Civil, a comissão de sindicância não investigou Erenice. Os trabalhos se restringiram a apurar a conduta dos então servidores.

Pressionada, Erenice pediu demissão da Casa Civil. Ela assumiu a Pasta em fevereiro após Dilma deixar o comando para ser candidata a presidente. Erenice era o braço-direito da petista dentro do governo nos últimos cinco anos. Apesar da crise que abalou a campanha eleitoral à Presidência, ela esteve inclusive na cerimônia de posse de Dilma e cumprimentou a nova presidente.

O ministro interino Carlos Eduardo Esteves Lima transmitiu o cargo anteontem ao novo chefe da Casa Civil, Antonio Palocci. Lima foi nomeado depois de a ex-ministra pedir demissão, em 16 de outubro, motivada pelas denúncias.

 




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