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Setor químico fecha ano com maior perda de receita em 10 anos
Luiz Federico
Do Diário do Grande ABC
10/12/2005 | 08:14
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A indústria química fecha 2005 com a primeira queda no faturamento em 10 anos. Balanço divulgado sexta-feira pela Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química) constatou o tamanho das perdas: as receitas caíram 2,7% ante 2004, cifra que equivale a um corte de R$ 5 bilhões que deixaram de entrar no caixa. Segundo a entidade, o setor fecha o ano com faturamento total de R$ 171 bilhões. Para tentar reverter essa queda, a indústria química espera crescer entre 5% e 6% no próximo ano, isso se as estimativas de expansão do PIB se consolidarem dentro de uma patamar de 4%.

Para o vice-presidente do conselho diretor da Abiquim, José Mascarenhas, o desempenho do setor como um todo não foi ruim, mas tampouco pode ser considerado animador. Mascarenhas aponta o desaquecimento registrado no mercado interno e a expressiva variação cambial como os principais fatores que impactaram negativamente a receita este ano. Mesmo com a valorização do real frente ao dólar, o volume financeiro exportado em 2005 (US$ 7,5 bilhões) foi US$ 1,6 bilhão maior em igual período do ano anterior.

Apesar de uma aposta agressiva de recuperação estimada para 2006, o cenário é de cautela entre os empresários do setor. "O crescimento em 2006 depende de uma conjuntura nacional e internacional favorável, principalmente no mercado interno, onde esperamos por uma forte reação da demanda", diz.

Segundo Mascarenhas, as companhias estão prontas para elevar os níveis de investimentos voltados à ampliação da produção e comercialização de produtos químicos caso fique caracterizada uma firme tendência de reaquecimento do mercado nacional. "Não descarto que as empresas possam até mesmo buscar novos aportes de capital junto ao mercado para isso, mas desde que o mercado interno se fortaleça", afirma. Na visão de Mascarenhas, três sinais podem detonar esse processo dentro do setor. O primeiro deles seria um preço do barril de petróleo com preços oscilando entre US$ 50 e US$ 60, o segundo, uma taxa média de câmbio na casa dos R$ 2,30 e uma inflação entre 4,5% e 5%.

Setores – O destaque do setor em 2005 ficou com o segmento de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, com expansão de 15,4% no faturamento, que saltou de R$ 11,5 bilhões para R$ 13,3 bilhões. Ainda nessa categoria, as receitas do segmento de tintas, esmaltes e vernizes cresceu 7,2%, passando de R$ 4,47 bilhões para R$ 4,79 bilhões.




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