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Setor moveleiro enfrenta retração
Por Do Diário do Grande ABC
04/09/2005 | 10:37
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Fábricas moveleiras da região reclamam da retração no setor no início do segundo semestre. O mês de agosto costuma ser a época que começam os pedidos já para o final do ano. No entanto, até agora o movimento ainda é fraco. Os empresários responsabilizam a crise política do país, que estaria diminuindo a confiança do consumidor, além dos juros altos. No Grande ABC, o setor reúne cerca de 450 empresas de móveis e 7 mil funcionários.

O presidente do Sindimov (Sindicato da Indústria de Móveis de São Bernardo e Região), Hermes Soncini, diz que o setor sofre uma retração de 10% a 15% em relação ao mesmo período do ano passado. Ele culpa a situação política e os juros pela queda nas vendas. "O mercado está muito devagar. O segundo semestre costuma ser melhor, e os lojistas já começam a fazer os pedidos. Isso ainda não aconteceu, mas tenho esperança de que a situação melhore até o final do ano."

Para Ivan Jorge Picoli, proprietário da móveis Picolli, com sede em São Bernardo, da Premier Design e do Mix Móveis, que reúne 35 fabricantes, o setor enfrenta um momento difícil, que, segundo ele estima, deverá resultar numa queda de faturamento de 20% em relação ao ano passado. "As pessoas estão preferindo comprar coisas mais urgentes do que móveis. Mesmo assim, estamos mantendo a produção para atender os prazos e a qualidade. "

Na fábrica R&C Móveis, de São Bernardo, as vendas em agosto decaíram 13,6% em relação ao mesmo período do ano passado. O proprietário e presidente do Pólo de Decoração do Grande ABC, Valter Antônio Correa, conta que o mês de julho costuma ter movimento fraco, mas em agosto as vendas já deveriam ter crescido. "A crise política e qualquer boato no mercado faz com os clientes esperem para comprar. Mas acredito que a situação vai se estabilizar até o final do ano."

Na Móveis Trentini, com fábrica em São Bernardo, a produção já diminuiu cerca de 20% por conta da queda nas vendas, segundo o proprietário Uldini Trentini. Ele conta que o primeiro semestre não foi tão bom como esperava. "As vendas em 2004 começaram a crescer em julho, mas neste ano ainda está fraco. Acredito que a situação vai melhorar e os juros devem baixar"

Apesar da crise, algumas empresas estão conseguindo bons resultados. O proprietário da fábrica Segatto, de Diadema, Osmar Ferreira Fernandes diz que a fábrica cresceu cerca de 25% no primeiro semestre e já aumentou as vendas em agosto. Ferreira diz que percebe a retração do setor pelo que os outros empresários falam, mas acredita que um trabalho de treinamento e diversificação ajudaram a empresa a fugir da crise.




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