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Montadoras aceitam reivindicações
Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
20/09/2010 | 07:15
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Orlando Filho/DGABC


Durou pouco o impasse entre metalúrgicos e montadoras sobre o reajuste salarial. As empresas Ford, Scania, Mercedes-Benz e Volkswagen aceitaram as reivindicações feitas pelos trabalhadores em assembleia realizada anteontem e corcordaram em pagar os 10,8% (9% da data-base mais 1,66% de correção da tabela salarial) e o abono de R$ 2.200 integralmente até 20 de outubro.

Originalmente, a proposta feita pelas empresas era de pagar o 1,66% de correção somente em agosto de 2011 e de que o abono fosse parcelado em duas vezes: a primeira em 20 de outubro e a segunda em 19 de novembro. No entanto, após reunião entre a FEM-CUT/SP (Federação dos Sindicatos Metalúrgicos da CUT de São Paulo) e o Sinfavea (Sindicato Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) que durou 13 horas - das 14h às 3h. os metalúrgicos rejeitaram a possibilidade por não concordar com as datas. Os operários chegaram a vaiar a proposta apresentada pelos sindicalistas, antes de concordar com índices e reprovar as datas.

Segundo o sindicato, após a decisão da categoria, sindicalistas mantiveram contatos telefônicos e conferências com montadoras até chegarem ao acordo na tarde de ontem. O índice total será pago integralmente a partir da data base, - que vale já para outubro, e o abono quitado totalmente no dia 20 do mesmo mês. Com a decisão, o piso salarial da categoria passa a ser de R$ 1.393, com teto de R$ 7.630. Aqueles que recebem a mais, terão direito a um bônus fixo mensal de R$ 687.

Após a decisão, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, elogiou, em nota, a postura dos operários que rejeitaram as datas iniciais. "Essa conquista é mais uma prova de que os metalúrgicos do ABC sabem trabalhar, mas também sabem negociar e lutar", disse.

Segundo ele, os 10,8 % representam aumento real de 6,26% além da inflação acumulada no período, que foi de 4,29%. "Um índice extraordinário, à altura da categoria e compatível com o bom momento econômico vivido pelas montadoras e também pelo País."

APROVADO - No ato realizado frente ao sindicato anteontem, metalúrgicos já haviam referendado índices, não sendo assim necessário nova assembleia para votação. Assim, a entidade deve apenas reiterar a categoria de que o acordo foi fechado por meio do jornal da classe.

NÚMEROS - A Federação cutista representa 250 mil trabalhadores em todo o Estado, desses, 32 mil trabalhadores são das cinco montadoras com sede no Grande ABC (Volkswagen, Mercedes-Benz, Ford, Scania e Toyota), todas em São Bernardo.

Também terão a mesma composição de aumento salarial (índices e também abono) os metalúrgicos de Taubaté, São Carlos (CGTB-Volks) e Tatuí (Força-Ford) que são representados pela FEM-CUT na mesa de negociação.

Índice conquistado é um dos maiores da história da categoria

Além de festejar o acordo sem a necessidade de enfrentar paralisações e até greve, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC comemora o índice alcançado pela classe neste ano como um dos maiores na história da categoria. Para isso, a entidade contabiliza os 9% conquistados pela data base, com os 1,66% de correção da tabela salarial, mais os R$ 2.200,00 de abono. O valor total passa facilmente os 6,53% conquistados em 2009, quando o aumento real conseguido foi de cerca de 2% e o bônus de cerca de R$ 1.300.

A correção deste ano também supera o acordo de 2008 - um dos melhores da história até a crise econômica mundial. Naquele ano, o índice aprovado pela categoria foi de 11,01%, com aumento real de 3,6%, além do abono de R$ 1.450.

Para os sindicalistas, a união da classe e o bom momento da economia foram fundamentais para a conquista do reajuste, que garante 6,26% de aumento real para os metalúrgicos.

 




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