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Israel reage contra situaçao política da Austria
Do Diário do Grande ABC
02/02/2000 | 11:51
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Israel reagiu de forma fulminante, nesta quarta-feira, após o partido de extrema-direita de Joerg Haider entrar na coalizao governamental. O governo israelense afirmou que convocará seu embaixador em Viena para consultas. ``Se o presidente (austríaco) Thomas Klestil aprovar a entrada na coalizao do partido de extrema-direita dirigido por Joerg Haider, o embaixador de Israel em Viena será chamado por um período indeterminado', afirmou um comunicado da Presidência do Conselho.

O comunicado precisou que a decisao foi tomada pelo primeiro-ministro Ehud Barak e seu ministro de Relaçoes Exteriores, David Levy.

Os conservadores e a extrema-direita austríaca apresentaram um acordo sobre um programa de governo de coalizao que esta quarta-feira será submetido ao chefe de Estado austríaco.

``Em um país onde um governo simboliza e sustenta opinioes que deveriam escandalizar qualquer pessoa, judia ou nao, nao pode haver um embaixador de Israel', havia declarado Levy horas antes na rádio estatal. Israel deve ``encabeçar' a campanha internacional contra Haider, acrescentou.

O comunicado da Presidência do Conselho assinalou que ``o primeiro-ministro entrará em contato com os chefes de Estado europeus para tentar coordenar os esforços com vistas a uma iniciativa internacional global'.

Em conversaçoes telefônicas com o presidente francês Jacques Chirac, o chanceler alemao Gerhard Schroeder e o presidente do Governo espanhol, José María Aznar, Barak já tinha evocado a criaçao de uma ``frente européia' para impedir a entrada no governo do partido de Haider.

``Israel considera muito grave a participaçao de um partido de extrema-direita encabeçado por Haider e apela à comunidade internacional no sentido de que nao se resigne a um fenômeno tao preocupante', adiantou o comunicado.

``A participaçao no poder em um país europeu de um partido de extrema-direita, cujo líder fez graves declaraçoes em relaçao ao regime nazista, deve indignar os cidadaos do mundo livre', acrescentou.

Entretanto, a ex-ministra da Educaçao Shulamit Aloni, do partido de esquerda Meeret, pôs o contraponto ao considerar, na rádio, que ``antes de içar a bandeira da democracia e dos direitos humanos, nós (os israelenses) deveríamos limpar nossa própria casa'.

``O racismo se encontra no coraçao de nossas instituiçoes', afirmou, denunciando ``a sorte vergonhosa que se reserva aos trabalhadores imigrantes e a seus filhos, cujos direitos fundamentais nao sao respeitados'.




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