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Bruxelas discute aquecimento global
Por Da AFP
02/04/2007 | 09:13
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O IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, em inglês) abriu nesta segunda-feira em Bruxelas, na Bélgica, uma semana de trabalho a portas fechadas sobre as conseqüências do aquecimento global nas próximas décadas.

Esta fase de análises dos trabalhos se concentra nos efeitos da mudança climática sobre os recursos hídricos, as espécies vivas, a agricultura, a saúde, o habitat e a economia, assim como as medidas a adotar para minimizar os riscos de ondas de calor, secas, inundações e fenômenos meteorológicos extremos.

Os quase 400 delegados de 190 países membros do IPCC devem negociar os termos de um texto a ser enviado aos governantes, uma síntese em 20 páginas do relatório elaborado em cinco anos por mais de mil especialistas e que será divulgado na próxima sexta-feira.

O IPCC, criado em 1988 pela ONU (Organização das Nações Unidas), divulgou em fevereiro um estudo que prevê um provável aumento da média global de temperatura de entre 2 e 4 graus até 2100 em uma comparação com o início da era industrial.

Durante os últimos 100 anos, a temperatura média do planeta, que se situa ligeiramente acima dos 15 graus centígrados, aumentou 0,7 grau, segundo o IPCC. A mudança climática afetará o continente americano de forma importante, provocando secas, extinção de espécies e fome na América Latina.

No final do século XXI, cada hemisfério terá problemas de água e, se os governos não adotarem as medidas necessárias, o aumento das temperaturas pode intensificar os riscos de mortalidade, contaminação, catástrofes naturais e doenças infecciosas, adverte o IPCC.

Na América Latina, o aquecimento já está derretendo as geleiras dos Andes e ameaça a floresta amazônica, cujo perímetro pode se transformar aos poucos em uma savana. O aumento do nível do mar, por exemplo, provocará graves problemas nas regiões pantanosas e com deltas, especialmente no Brasil, Equador e Colômbia.

Os Estados Unidos também estão expostos a fenômenos naturais por causa da grande população que vive perto das áreas costeiras, como demonstrou o furacão Katrina em 2005. Os continentes mais afetado serão África e Ásia, mas nos países latino-americanos se calcula que entre 100 e 400 milhões de pessoas podem ter problemas de acesso à água potável no ano 2080. Nas piores hipóteses, dezenas de milhões de pessoas podem sofrer de fome.

Os países desenvolvidos também correm o risco de sofrer escassez de água, mas a situação econômica pode permitir a estes uma melhor solução ao problema.

Nas últimas duas décadas, porém, algumas regiões do Alasca e da Sibéria registraram as maiores taxas de aquecimento do planeta, o que compromete o sistema de vida das populações locais.



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