O chefe da seçao antiterrorista da polícia de Londres, Alan Fry, disse nao dispor por enquanto de elementos para dar crédito à reivindicaçao, mas acrescentou que a pista é muito séria.

Nascido em 1992 de uma cisao de um partido de extrema-direita, o British National Party (BNP), Combate 18 está longe de ser desconhecido das autoridades, mas parecia extinto depois de uma série de operaçoes da polícia.

Os especialistas nao acreditam que os dirigentes desse grupúsculo, que só contaria com uns 200 ativistas, possam ter iniciado uma campanha duradoura de atentados contra as ``minorias étnicas'. Entretanto, consideram muito provável que militantes isolados tenham colocado a bomba, com três a cinco quilos de cravos de 10 centímetros, e que feriu 48 pessoas, 39 das quais foram hospitalizadas.

No domingo, depois do atentado, representantes da comunidade negra do bairro de Brixton, onde se concentra a populaçao afroantilhana de Londres, adiantaram a hipótese de um ato racista, em reaçao à luta contra a xenofobia sem precedente iniciada pelo Governo.

O debate em torno do aumento da xenofobia se manifestou por toda parte nos últimos meses na Gra-Bretanha, depois da publicaçao de um informe oficial que questiona gravemente a polícia. O informe, que abalou a opiniao pública, acusou as forças da ordem de ``racismo institucionalizado' devido à incapacidade dos investigadores para esclarecer o assassinato racista de um jovem negro de 18 anos, Stephen Lawrence, esfaqueado na rua em 1993.

O telefonema que reivindica a responsabilidade pelo atentado de Brixton foi dado de uma cabine situada no local preciso do assassinato de Stephen Lawrence.

Apesar de sua marginalidade, Combate 18 já deu provas suficientes de sua violência. Em 1997, lançou uma campanha de intimidaçao contra personalidades negras ou judias do mundo do espetáculo ou dos esportes.

Muito implantado nos meios ``hooligan', suspeita-se também que o movimento está ligado aos paramilitares protestantes na Irlanda do Norte e aos quais teria entregue armas.