A Câmara de Diadema não vai tomar nenhuma providência sobre o caso do assessor parlamentar da vereadora Cida Ferreira (PMDB) Antonio Aldevino Neto, o Netinho. Segundo os secretários de Administração e Finanças e de Assuntos Jurídicos, não existe documento protocolado até o momento, o que impossibilita posicionamento investigativo da Casa.

Na segunda-feira, o Diário revelou que Netinho assinou o espelho de ponto que registra sua presença na Câmara em dias que estavam por vir. O assessor se contradisse ao tentar se explicar. Há indícios de que ele era funcionário fantasma porque, segundo servidores, ele não aparecia para trabalhar há quase dois meses.

Secretário de Assuntos Jurídicos da Casa, Roberto Viola disse saber do episódio “apenas pelo jornal”. “Não tem nada protocolado na Casa até o momento. Então não temos como tomar providências.”

O titular de Administração e Finanças, João Merenda (PPS), reforçou a fala de Viola e afirmou que, no momento, não pode fazer nada. “Não chegou nada. Não recebi nada da presidência e não posso atropelar as coisas.”

Cida argumentou não se preocupar com possível desdobramento do caso. “Minha consciência está tranquila e tenho dormido muito bem”, relatou. Ela não quis falar sobre a alteração e modernização do sistema de presença no Legislativo de Diadema para evitar novos problemas. “Eu não mando na Câmara e não posso exigir nenhuma mudança. Quem tem de decidir isso é o presidente.”

O presidente do Legislativo diademense, José Dourado (PSDB), já descarta a abertura de uma sindicância para a investigação da possível fraude no sistema. “Essa não é a minha função. Estamos trabalhando para a modernização do sistema há um tempo.”

O corporativismo provavelmente vai se estender aos demais vereadores da Câmara. Até agora, ninguém se manifestou contra a atitude do assessor de Cida Ferreira.

Curiosamente, depois da denúncia publicada pelo Diário, Netinho compareceu à Casa e estava no gabinete da peemedebista.